‘Contos ortográficos’, livro para brincar com a norma culta

Será que dá para falar com as crianças, de forma divertida, sobre um tema sisudo como a Reforma Ortográfica? A resposta para essa pergunta é “sim” e a prova disso está no livro Contos ortográficos.

Contos ortográficos.

Essa é uma antologia de pequenas histórias que saíram da imaginação da autora Marilda Castanha. Para isso, ela se inspirou no acordo que unificou as regras de escrita entre todos os países de Língua Portuguesa.

A última Reforma Ortográfica aconteceu em 2009 e, desde 2016, é obrigatória em todas as produções. Na ocasião, a autora entrou em contato com vários guias e manuais sobre as novas regras.

Enquanto lia, começou a imaginar uma história em que os sinais gráficos e de pontuação seriam personagens que se revoltam com as mudanças. Com muito bom humor, ela retrata a vida dos habitantes da Cidade Ortográfica.

Quem mora na cidade de Contos ortográficos?

Lá, vivem vários sinais gráficos e de pontuação. Cada rua, avenida, estrada, beco, ponte, ferrovia, morro, escada, porta, janela, cada metro quadrado do local está em constante movimento.

Manoel Português é um dono de padaria que ama a língua materna e toma todo o cuidado para que todos os sinais estejam sempre no lugar certo. O Sr. Circunflexo é funcionário de uma repartição, deprimido com tantas mudanças.

O Homem Vírgula cai em um buraco por causa de uma frase com a vírgula no lugar errado. As irmãs Aspas vivem juntas. Elas são atrizes famosas e dão entrevista no intervalo de um de seus espetáculos.

Por toda a cidade, cartazes anunciam o desaparecimento dos acentos diferenciais: “Encontrar um deles, nos Polos Norte e Sul? Jamais! Muito menos numa saborosa pera ou mesmo nos pelos… dos animais!”

Mesmo sendo pequeno, o Sr. Hífen estava acostumado a desempenhar uma função importante. No entanto, agora, está inconformado. Ele, que antes estava em tudo, está e sendo substituído pelos arrogantes erres e esses.

Português olhando sinais de pontuação. Página 14 livro Contos ortográficos.

Acredite, é possível um livro que homenageia a Reforma Ortográfica terminar de forma bastante emocionante.

Qual foi a inspiração para a criação de Contos ortográficos?

A nossa língua é viva. Para Marilda Castanha, é genial achar seus diferentes usos:

“É fascinante criar histórias com o mesmo instrumento (a palavra) que a gente usa para o dia a dia, para comprar pão, passagem de ônibus, para conversar com o médico, para contar uma piada…”

Além do texto cuidadoso, as ilustrações de traços e cores vibrantes que vemos nas páginas do livro são da autora. Ela revela que as histórias e desenhos “surgiram como uma brincadeira (ou travessura) de criança”.

No entanto, achou a ideia “fraca” a princípio e a engavetou por um tempo. Em Contos ortográficos, eles tomam vida, corpo e forma para criar o conjunto perfeito para despertar o amor pela língua!

Mesmo assim, a obra não se resume ao uso na escola para tornar a norma culta menos chata. Na verdade, é mais uma brincadeira com as palavras sem qualquer intenção didática.

As histórias nos lembram dos desafios e surpresas que vivemos todos os dias com as mudanças e reformas que ocorrem em nossas vidas. Claro, o livro está de acordo com a nova ortografia.

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Contos ortográficos recebeu o selo Altamente Recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Além disso, foi selecionado para o catálogo da Feira de Bolonha, a maior do mundo dedicada ao gênero.

Guia erros de Português.

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