Dobra das folhas do livro pode ir além da encadernação comum. Veja!

Livro sanfonado

No processo de produção do livro, a dobra é a fase que vem depois da impressão e antes da encadernação. O estilo pode dar singularidade a uma obra, mostrando uma coisa quando está fechada e outra ao abrir.

Há algum tempo, era nos encartes dos CDs (lembra deles?) onde se via mais facilmente os diferentes estilos de dobra. Atualmente, esses projetos gráficos inspiram soluções criativas na literatura infantil.

Ainda assim, um livro não deve ter determinado estilo apenas por ser diferente. Antes disso, deve-se levar em conta o assunto abordado na obra, a qual público ele se destina e qual a finalidade do projeto gráfico.

A seguir, conheça os 8 principais tipos de dobra que um livro pode ter.

1. Dobra simples

Dobra simples

É o que se usa na maioria das vezes. Cada folha se divide ao meio, para que fique com duas partes de tamanhos iguais, lado a lado. Assim, se somarmos as faces internas e externas de cada folha, teremos, ao todo, quatro páginas.

Em um livro com poucas páginas, basta grampear as dobras das folhas. Porém, o mais comum é fazer vários “caderninhos” desses, onde todas as dobras são coladas e unidas por uma lombada.

2. Dobra janela dupla

Dobra janela dupla.

Também chamada portão duplo. Nela, as folhas formam quatro painéis lado a lado, sendo que as abas das extremidades se viram para dentro e se encontram no meio. Note eu uma aba não deve passar por cima da outra.

Com isso, as duas partes simétricas se abrem como se fossem uma janela, mostrando no interior um conteúdo em um espaço maior. Esse estilo é muito usado para dar destaque a imagens grandes.

3. Dobra enrolada

Dobra enrolada

Esse estilo permite projetos gráficos bastante originais. Nelas, a folha possui faces que se recolhem sucessivamente, de forma paralela, uma por dentro da outra.

Para evitar que amasse, é preciso que cada face interna seja menor que a anterior em alguns milímetros. Por esse motivo, essas dobras também são chamadas de irregulares.

4. Dobra sanfonada

Livro Salsicha.

Nesse formato, também conhecido como Z, acordeão, leporello ou ziguezague, a folha é pregueada paralelamente duas ou mais vezes. Isso faz com que não apenas o número de páginas aumente, mas também as possibilidades de uso.

Ele permite colocar mais informações em uma folha, além de outras soluções criativas. No livro Salsicha!, de Edith Chacon e Fernando A. Pires, de um lado, cada painel mostra uma imagem. No verso, há um único desenho, comprido.

5. Dobra em cruz

Aqui, cada folha é dobrada, pelo menos, uma vez na horizontal e uma na vertical. Assim, as dobras se encontram em ângulos de 90 graus. Quando a folha está aberta, elas fazem o formato de cruz.

6. Dobra tipo carteira

Livro Quando o bebê diz mã mã. Imagem ilustrativa texto livros de formatos diferentes.

Nas também chamada dobra C, tripla ou carta, o conteúdo é apresentado gradualmente. A folha se abre duas vezes para fora, sendo que a primeira dá acesso a parte do conteúdo e a segunda se desdobra a partir do verso.

No livro Quando o bebê diz “mã mã”, de Tino Freitas e Gilles Eduar, as folhas estão coladas na lombada pela aba da esquerda. A da direita usa o verso e a frente para surpreender o leitor em um esquema pergunta/resposta.

7. Dobra francesa

Dobra francesa

Também chamada de dobra dupla em ângulo reto, ela unem dois tipos já citados acima: em cruz e sanfonada. Desse modo, é feito primeiramente a dobra paralela e depois as pregas em ziguezague.

8. Dobra em cruz carteira

Contadora de histórias abrindo o livro Quem quer brincar comigo no parque, com ilustração de vaca. Imagem ilustrativa texto dobras.

A combinação das dobras tipo carteira e em cruz é ideal para impressões com muitas faces. Ela também serve para desenhos grandes ou conteúdos extensos, aproveitando ao máximo uma folha de papel.

O livro Quem quer brincar comigo?, de Tino Freitas e Ivan Zigg, mistura ainda mais os tipos de dobra. As primeiras páginas são simples e, a partir de certo ponto, usa os tipos cruz e carteira para formar desenhos cada vez maiores.

É preciso ter alguns cuidados…

Para garantir a qualidade nas folhas de gramatura acima de 200 g, ou seja, as mais grossas e resistentes, as dobras precisam de um reforço. O vinco é um processo de pré-dobra, que evita que o material se rasgue.

Também é importante saber onde estarão esses vincos, tendo sempre o cuidado de que eles não prejudiquem a leitura do texto ou das ilustrações. Em projetos gráficos maiores, podem ser usadas emendas em vez de folhas únicas.

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