Independência do Brasil: conheça os fatos pela linha do tempo

Grito do Ipiranga Pedro Américo Imagem ilustrativa texto Independência do Brasil.

Em 2022, comemoramos 200 anos da Independência do Brasil. O 7 de setembro, também conhecido como Dia da Pátria, é uma das nossas principais datas comemorativas.

Nesse dia, celebramos um evento primordial da nossa história. Mas, afinal, o que teria levado à ruptura entre Brasil e Portugal? Quais eram os interesses por trás disso? Como esse fato exerce influência em nossa vida até hoje?

A verdade é que alguns elementos foram acrescentados para dar mais dramaticidade à história.

Bem, mesmo que o Grito do Ipiranga não tenha o corrido de verdade, ou que não tenha sido exatamente da maneira que pensamos, essa é uma bela cena! Veja a sequência de acontecimentos que levaram à Independência do Brasil.

Vinda da família real

Tudo começou com a imposição do Bloqueio Continental por parte de Napoleão. O imperador exigia que os países administrados pela França rompessem comercialmente a Inglaterra.

Portugal não aderiu e, em represália, Napoleão mandou suas tropas invadirem o país. Isso obrigou a família real a fugir para o Rio de Janeiro, em 1808.

Começava, então, o Período Joanino. A partir daí, dom João VI tomou uma série de medidas para modernizar e desenvolver o Brasil economicamente.

Logo que a família real chegou, houve a abertura dos portos. Com base nos Tratados de Comércio e Navegação de 1810, os comerciantes tiveram autorização para negociar com os ingleses.

Visando o desenvolvimento cultural, houve inaugurações de bibliotecas e museus, além de uma imprensa local. Em 1815, o território foi elevado à condição de reino, ou seja, deixava de ser colônia para se tornar parte de Portugal.

Insatisfação dos portugueses

Com a derrota dos rebeldes na Revolução Pernambucana de 1817, acreditava-se que os colonizados estavam sob controle. Enquanto isso, as medidas de dom João VI desagradavam a muitos do outro lado do oceano.

Revolucao Pernambucana 1817 Jose Peregrino. Imagem ilustrativa texto Independência do Brasil.

Portugal vivia uma crise interna, e a elite queria ver um desenvolvimento também no próprio país. Por lá, foi formada uma espécie de assembleia nacional, chamada Cortes Gerais, que buscava contornar a crise.

Baseando-se nos ideais liberais, em 1820, as Cortes Gerais organizaram a Revolução Liberal do Porto. Entre as reivindicações, dom João VI deveria voltar para Lisboa e todas as medidas tomadas por ele no Brasil seriam anuladas.

Isso tornava iminente o risco de uma recolonização. A elite brasileira, principalmente na região Sudeste, não gostava nada dessa probabilidade.

“Diga ao povo que fico”

Como as Cortes Gerais ameaçavam tomar seu trono, dom João VI, dividido, se viu obrigado a voltar para Portugal em 1821. Ele foi, levando consigo 4 mil pessoas e uma quantidade grande de ouro e diamantes.

No entanto, seu filho, Pedro de Alcântara (dom Pedro), ficou, como representante da casa de Bragança e príncipe regente.

A insatisfação por aqui só crescia, com decretos como: transferência das instituições administrativas para Portugal, envio de tropas portuguesas ao Rio de Janeiro e exigência que dom Pedro voltasse à Lisboa.

A elite brasileira se movimentou para manter dom Pedro aqui. Assim, 9 de janeiro de 1822 ficou conhecido como o Dia do Fico.

Supostamente, ele teria dito, em uma audiência no Senado: “Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto; diga ao povo que fico.”

Tensões crescem dos dois lados

Pintura Maria Leopoldina. Imagem ilustrativa texto Independência do Brasil.

Àquela altura, apesar do desgaste entre as partes, não havia interesse em um rompimento. Mesmo assim, a insatisfação crescente levou ao surgimento de um movimento separatista, liderado por dom Pedro.

Outros grandes articuladores do processo foram sua esposa, Maria Leopoldina, e José Bonifácio de Andrada e Silva.

Em maio de 1822, o “Cumpra-se” determinava que as ordens vindas do outro lado do oceano só seriam válidas se dom Pedro as legitimasse. Em junho, formou-se a Assembleia Constituinte no Brasil.

As duas medidas davam a dom Pedro a segurança de que havia apoio interno para desafiar Portugal.

Em 28 de agosto, chegava um ultimato, que deixava a situação irreconciliável: dom Pedro deveria voltar para Lisboa, seus ministros seriam presos por traição e os privilégios de abertura no Brasil seriam anulados.

Independência do Brasil, com dom Pedro I coroado

Com as represálias, Maria Leopoldina percebeu que a ruptura deveria ser imediata. Em 2 de setembro, ela assinou o decreto de Independência do Brasil, para ser enviado a dom Pedro.

Na ocasião, o príncipe regente estava em viagem a São Paulo. A partir desse ponto, há uma discussão se os fatos ocorreram mesmo dessa forma ou se foram romantizados.

Na versão oficial, dom Pedro estava montado em seu cavalo quando os mensageiros o alcançaram, em 7 de setembro, próximo ao Rio Ipiranga. Lá, ergueu sua espada e bradou a famosa frase: “Independência ou morte!”

Agora chamado dom Pedro I, o líder do movimento separatista, aos 24 anos, foi coroado e se tornou o primeiro imperador do Brasil. Assim, a nação se organizava como uma monarquia e buscava reconhecimento internacional.

Reconhecimento da Independência do Brasil

O processo de independência não foi nada pacífico, com várias províncias negando fidelidade ao movimento separatista. Houve resistência no Maranhão, Piauí, Ceará, Pará, Bahia e Cisplatina (atualmente, Uruguai).

Foi necessário que dom Pedro mobilizasse suas tropas, resultando em batalhas nesses locais. Na mesma época, aconteciam movimentos semelhantes nas colônias espanholas na América.

Portugal só reconheceu a Independência do Brasil em 1825, mas, com a condição de que recebesse uma indenização de 2 milhões de libras. A Inglaterra fez o empréstimo, o que gerou nossa primeira dívida externa.

O feriado de 7 de setembro só surgiu em 1949, em um decreto do governo do presidente Eurico Gaspar Dutra.

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Bem, é isso. Você sabia de todos esses fatos que levaram à Independência do Brasil? Acompanhe a Lê nas redes sociais. Lá, tem sempre um conteúdo interessante para valorizar nossa cultura e nossa história. E bom feriado!