Livros sobre escravidão: 10 títulos para apresentar às crianças

Por quase 400 anos, a mão de obra escrava foi a principal força de trabalho no País. Fomos o último país ocidental a abolir a escravidão e, depois de décadas de resistência e revoltas, a Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888.

A liberdade, sem qualquer planejamento de inclusão social, foi algo prejudicial para todos. Isso deixou marcas tão profundas na nossa sociedade que, até hoje, sentimos e vemos nitidamente as consequências ao nosso redor.

Abaixo, selecionamos não apenas livros sobre a escravidão no Brasil abordando os aspectos infelizes. Alguns deles celebram o conhecimento e os costumes que herdamos dos nossos antepassados.

1. Heranças na música e na dança

Homens, mulheres, crianças e jovens escravizados pelos senhores de fraque e cartola para trabalharem em roças. “Já na senzala, batendo gonguê / Negro na ginga da tal capoeira / Dança seu jongo e levanta poeira”.

Os versos de Cordel da MPB enaltecem a riqueza cultural trazida da África. Acompanhe a história da música feita no Brasil, desde antes do descobrimento até os dias atuais.

Cordel da MPB

2. O que o Brasil e a África têm em comum?

Poemas inspirados em tradições cultivadas em países africanos e no Brasil, como a das lavadeiras que cantam cantos da terra enquanto lavam roupas.

Afro-brasileirinhos homenageia a África Bantu e redesenha o Brasil traçado pelas histórias trazidas pelos que vieram para cá em tempos distantes. Assim, é desenhada uma “cirandinha afro-brasileira”, com várias cores e tons de pele.

Afro-brasileirinhos.

3. Lendas e mitos que sobreviveram ao tempo

A cultura africana é repleta de mitos e lendas, antes restritos aos saberes da comunidade local. Depois, foram trazidos da África pelo povo negro, traficado e escravizado no Brasil.

Em O jardim de pipocas, uma avó transmite esses traços culturais aos netos, para que percebam a magia contida neles. Assim, torna contemporâneos os mistérios da ancestralidade afrodescendente.

O jardim de pipocas.

4. Direito à infância

Quando tinha 14 anos, Dom Pedro II fez amizade com um grupo de crianças, algumas chegaram a sofrer como escravos. Meu amigo Pedro trata do direito que toda criança tem à infância.

Ao se tornar maior de idade, o Imperador recebeu 40 pessoas de herança e mandou libertá-las em seguida. Sempre que pôde, assinou cartas de alforria, apesar da reprovação dos conservadores.

Meu amigo Pedro

5. Chegada de escravos

Em Gente vestida de noite, o indiozinho Kauá vê um enorme navio ancorar na praia. De dentro dele, saem criaturas da cor da noite, acorrentadas e amedrontadas. Elas são iguais a ele, só a cor é diferente.

Na cabeça de Kauá dançam perguntas sem respostas, como o porquê de a noite se transformar em gente. E noite amontoada e acorrentada, ele jamais viu em sua aldeia.

Gente vestida de noite.

6. Produzir riqueza e receber nada em troca

Na trilha do ouro, braços negros perfuravam minas. Não se sabe quantos, tampouco quem eram. Livre de amarras e correntes, a luz da liberdade atravessa séculos e traz toda a nobreza das histórias de nossos antepassados.

Honorina conta a história dos escravizados, aqueles que produziram riqueza com seu suor e sofrimento, mas não tiveram sequer suas biografias escritas.

Livro Honorina

7. Viagem no tempo

O que podem dois adolescentes de hoje em dia ter em comum com um frei, que viveu num mosteiro beneditino do século XVIII? E quanto a um escravo que buscou refúgio em um quilombo para sobreviver?

A ligação entre eles será revelada em uma escavação arqueológica. Em Iluminuras, passado e presente se complementam e contam uma instigante história de viagem no tempo.

Capa do livro Iluminuras.

8. Inconfidência Mineira

A história real de um menino que já nasce escravo, por ser mestiço. No entanto, é batizado, recebe uma carta de alforria e tem uma rápida ascensão profissional e social como escultor, arquiteto e construtor.

Adquire terras e escravos, de quem reconhece a dedicação pelo trabalho, e com quem divide o que recebe. Essa biografia ilustrada está em Mestre Lisboa – O Aleijadinho.

Mestre Lisboa - O Aleijadinho

9. Tema sensível, tratado de forma seca e direta

A consciência afro-brasileira e seus vários temas que, de uma forma ou outra, estão interligados. Com versos curtos e praticamente sem ornamentos e efeitos, Texturaafro traz uma consciência política e racial, sem baixar a cabeça.

Os poemas são simples, secos e diretos. A mensagem é, ao mesmo tempo, forte e lírica, com questões étnicas assumindo tons de revolta e indignação.

Capa do livro Texturaafro.

10. Exílio em Moçambique

Em A barca dos amantes, Tomás Antônio Gonzaga é condenado ao exílio, separa-se de Marília de Dirceu e tem seus planos de liberdade frustrados.

Na viagem à Moçambique, leva um escravo, a quem batiza com o seu nome. Envolve-se com escrava Djanira, apesar do medo de perder sua autoridade sobre os lacaios. Tem uma filha com ela e lhe dá uma carta de alforria.

Livro A barca dos amantes

Livros sobre escravidão e a BNCC

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece 10 competências gerais para as escolas de todo o Brasil. São habilidades, atitudes e valores que os estudantes precisam desenvolver durante o período escolar.

Pensando nisso, a herança deixada pela escravidão é um tema essencial para ser discutido na escola. Esse assunto pode se relacionar a algumas das competências gerais da BNCC:

(1) Conhecimento, (3) Repertório cultural, (8) Autoconhecimento e autocuidado, (9) Empatia e cooperação e (10) Responsabilidade e cidadania.

Catálogo Literário 2024

Dito isso, saiba que o Catálogo 2024 do Grupo Editorial Lê valoriza o trabalho de todos os educadores. Sobretudo, daqueles que reconhecem na Literatura um meio eficaz de assimilar conhecimentos que são levados para a vida toda.

Todos os nossos títulos já estão categorizados de acordo com o que a BNCC determina. Clique na imagem ao lado e conheça livros sobre escravidão e vários outros temas capazes de levar a discussões significativas.