‘Meu pai, minha rocha’ fala do valor do apoio paterno (e da falta dele)

Capa Meu pai, minha rocha.

Ter alguém para dar, ao mesmo tempo, carinho e coragem é algo que todo mundo precisa, em qualquer fase da vida. Meu pai, minha rocha é uma história que mostra a força da conexão entre um menino e seu pai.

Como qualquer pessoa, o pai de Oliver tem dois olhos e dois braços, apesar de parecer que tem, pelo menos, cinco de cada. Por isso, o filho o chama de “papai polvo” de vez em quando: “Se solto sua mão, ele sempre me alcança.”

Ele não só dá segurança e apoio, como uma rocha, mas também ensina a ter firmeza e a realizar as coisas por conta própria. Além disso, não tem vergonha de ser brincalhão, mesmo que as outras pessoas estejam olhando.

O pai sabe quando Oliver está triste ou zangado, dá os melhores conselhos e, muitas vezes, chora junto: “Algumas pessoas falam que homens de verdade não choram. Eu acho que homens que não choram não são de verdade.”

Modelo de paternidade

Nem filho nem pai conhecem o avô. Com a sinceridade inocente típica das crianças, Oliver imagina o que diria se pudesse encontrá-lo, pelo menos, uma única vez.

Então, o menino começa a descrever o pai, como uma forma de “convencer” o avô de que, se o conhecesse, também teria muito orgulho dele. Ao imaginar sua futura família, pensa em que tipo de pai será.

Certamente, o avô perdeu algo grandioso ao se ausentar da relação. É como o ex-campeão dos pesos pesados Ken Norton diz, na epígrafe do livro: “De todos os títulos que já tive o privilégio de ganhar, o de ‘pai’ sempre foi o melhor.”

É tão bom saber todos nós temos escolhas! O nosso destino ainda não foi escrito e, portanto, não há razão para reproduzirmos os erros do passado.

Família mestiça sentada no sofá, com árvore de natal e presentes. Meu pai, minha rocha, página 34.

Meu pai, minha rocha mostra como é perfeitamente possível aprender a ser um ótimo pai, mesmo sem ter um modelo para servir de inspiração.

O que inspirou a história de Meu pai, minha rocha?

 “– Pai, o vovô era um mágico?

– Não que eu saiba, meu amor.

– Então, por que ele desapareceu?”

O diálogo que abre a história é igual ao que Victor D.O. Santos teve certa vez com seu filho, na hora de dormir. Com base nas palavras do filho, o autor viu a sementinha para um livro.

Em Meu pai, minha rocha, ele incorpora os sentimentos, o modo de pensar, de agir e falar de uma criança.

O livro está carregado das suas emoções e experiências reais de vida. Não à toa, Victor dedica o livro a seu filho e aos pais que, assim como ele, são “autodidatas”.

Especialista em aprendizagem de línguas, o autor mora nos Estados Unidos com a esposa ucraniana e os dois filhos. Seu site é dedicado à criação multicultural e multilíngue.

Abaixo, confira a entrevista que fizemos.

Sensibilidade também nas ilustrações de Meu pai, minha rocha

Para ressaltar a imaginação e a sensibilidade do menino, nada mais adequado do que a delicadeza nas imagens. Pensando nisso, foi chamada a ilustradora Anna Forlati, que tem um trabalho mais ligado ao realismo mágico.

As ilustrações de Meu pai, minha rocha foram feitas à lápis, com texturas e cores suaves. Nelas, vemos que Oliver é ruivo. Sua futura esposa e seus filhos têm o tom de pele mais escuro. O pai foi baseado no ator Jean Reno.

Lançamento Meu pai, minha rocha.

Ao longo do história, a passagem do tempo é representada por meio das fases de crescimento da árvore que Oliver e seu pai plantam.

Se você é fã de literatura sensível e acha importante que as crianças tenham contato com obras que mexem com as emoções, te convido a conhecer o livro.

O autor Victor D.O. Santos estará no Brasil neste sábado, 1 de outubro, das 11:00 às 14:00 na Livraria da Rua, em Belo Horizonte. Não perca o lançamento de Meu pai, minha rocha!