Quadrinhos nos livros: conheça 10 autores e ilustradores

A linguagem pop dos quadrinhos dá uma forma dinâmica e única de contar histórias. E você sabia que hoje, 30 de janeiro, é dia de celebrarmos as HQs?

Pensando nisso, há muitos livros, sobretudo os infantojuvenis, com narrativas nesse formato ou que têm autores e ilustradores que são cartunistas.

Outros não são, especificamente, do estilo, mas claramente percebemos a influência: projeto gráfico, traço, desenhos, cores, enquadramento, legendas, balões, onomatopeias, temas, personagens e outros elementos característicos.

Abaixo, conheça alguns artistas talentosíssimos, bem como algumas de suas obras.

1. Cláudio Paiva – Produção agora também para as crianças

Chico e os piratas fedorentos. Imagem ilustrativa post quadrinhos.

Um dos maiores cartunistas do Brasil, com trabalhos publicados na Veja e nos jornais Folha de S.Paulo, Jornal do Brasil e O Globo. Criou o tabloide humorístico O Planeta Diário, que depois se transformou no Casseta & Planeta.

Também é roteirista de cinema e de programas de TV de sucesso, como A Grande Família, Sai de Baixo, TV Pirara, Tapas & Beijos e Chapa Quente. Enfim, uma carreira extensa, mas sempre produzindo para o público adulto.

O livro Chico e os piratas fedorentos é seu primeiro para crianças e uma homenagem à criatividade infantil. Especialmente, a do seu neto. Os traços e as referências típicos do humor adulto aparecem de uma forma mais ingênua.

2. Denise Rochael – Natureza como a grande inspiradora

Pessoas na praia e guarda sol vermelho e branco. Castelo de areia. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.

A influência da vida na roça é vista claramente em sua obra, assim como o amor pela natureza e pelos seres vivos. Isso inclui os animais ferozes e os venenosos, “até as baratinhas, coitadinhas, que ninguém ama”.

Sobre seu estilo único, ela diz: “Gosto muito de povoar esse mundinho encantado com personagens bem engraçadas: crianças e animais que não são bonitos, nem feios, mais para esquisitos mesmo.”

Como artista, seu repertório é vasto. Em cada obra, um estilo. O dos quadrinhos, por exemplo, está explícito em No meio da rua no mundo da lua e Castelo de areia, que ela ilustrou para outros autores.

3. Edusá – Tom urbano para histórias de outros lugares e épocas

Despertador tocando e menina acordando. Ainda uma flor resta. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.
Mãe andando com filha na rua e falando ao telefone. O sapulante viajante. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.
Menino e menina apreensivos para abrir porta. O Mão de Veludo. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.

O artista defende que uma das principais habilidades de um ilustrador é saber interpretar um texto, não apenas repetir o que está escrito. Por isso, ele gasta mais tempo pensando no conceito do que na execução da ideia.

Antes de começar a ilustrar, ele lê e relê o texto até “sentir que está dentro daquele mundinho”. A partir daí, faz uma série de desenhos e rabiscos, lê novamente e, só então, começa a construir a imagens.

Ele ilustrou Ainda uma flor resta, Metade pai metade mundo e O Mão de Veludo. São histórias ambientadas na Amazônia do futuro, no Rio de Janeiro das décadas de 80/90 e os tempos da ditadura militar, respectivamente.

4. Fernando A. Pires – Nonsense para crianças e adolescentes

Menino falando com menina sobre plantar. Semente de urso. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.
Mário de Andrade na janela de casa. Há uma gota de poesia em cada rio da Amazônia. imagem ilustrativa post quadrinhos.
Mulher com a perna quebrada de cadeira de rodas e cachorro com papel higiênico. Salsicha! Imagem ilustrativa texto quadrinhos.

São palavras dele: “Desenho desde que as paredes de casa eram brancas. Algum tempo depois, me interessei por histórias e livros, e achei que escrever e ilustrar livros era melhor que ilustrar as paredes.”

Apaixonado pelos bichos, por animes e pela cor laranja, o autor cria narrativas cheias de nonsense e de interpretações múltiplas. Vemos isso em seus livros, que possuem também muito da linguagem dos quadrinhos.

Alguns bons exemplos são Salsicha!, Semente de urso e Um conto por um guaraná. As ilustrações que fez para Há uma gota de poesia em cada rio da Amazônia dão um tom pop a relatos de viagem de Mario de Andrade.

5. João Marcos – Realização de um sonho de infância

Mãe e menina. Menino virando porquinho. Pra que tomar banho? Imagem ilustrativa texto quadrinhos.
A pescaria magnética do Seu Vivinho. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.
Irmã muda o visual e irmão acha ela bonita. Histórias tão pequenas de nós dois. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.

Ele ainda estava na barriga da mãe e seu pai já tinha começado uma coleção de revistas em quadrinhos, boa parte da Turma da Mônica. Logo que aprendeu a ler, já criava suas próprias HQs usando lápis, caneta e folhas dobradas.

Aos 14 anos, fazia charges para o jornal da cidade: “Passava a tarde desenhando, e no final do mês eles ainda me pagavam!” E, veja só, eventualmente, realizou um sonho e se tornou roteirista do Mauricio de Souza.

Os irmãos Mendelévio e Telúria são criações suas, baseados na relação que tinha com as irmãs na infância. Nos livros com Seu Vivinho, a linguagem dos quadrinhos aparece misturada às xilogravuras e a literatura de cordel.  

6. LOR – Referência na literatura, no cartum e na… medicina!

Três gatos comendo peixe no comedouro, enquanto um deles fal sobre um cão. Ladrão de comida. imagem ilustrativa texto quadrinhos.
Três meninos falando. Cabeça fria é que faz gol! Imagem ilustrativa texto quadrinhos.
Garçom servindo casal. Manual de sobrevivência. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.

São carreiras que, à primeira vista, não possuem relação. No entanto, essa união pode ser vista brilhantemente no livro Cabeça fria é que faz gol!. Para o artista, um termo que define bem esse seu lado é “desenho de humor”.

Seus textos e desenhos trazem críticas afiadas. Ainda assim, acredita que nem ele nem os colegas que se dedicam ao cartum devem ser levados a sério: “Eu vou apenas revelar pra você um lado do mundo, mas você já sabia dele.”

É ele também o responsável pelas ilustrações do divertidíssimo Manual de sobrevivência em recepções e coquetéis com bufê escasso. Seus desenhos brilhantemente ampliam a ideia desses eventos como verdadeiras aventuras.

7. Merka – Quadrinhos sem caretice

Menino sentado no chão, com brinquedos. Telhado de casa à noite. Assim nasce um bicho-papão. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.

Fã de quadrinhos, literatura, desenho animado e mato. É professor de arte e um grande apreciador das linguagens artísticas de todos os tempos, da pré-história à contemporaneidade. Só não gosta mesmo é de caretice.

Além de fazer “livro pra molecada”, ele destaca suas próprias especialidades nas artes gráficas: ilustração, história em quadrinhos, pinturas, bonecos e “outras pirações…” e ainda acrescenta “plantador de árvore e pai de três filhas.”

Seu livro Assim nasce um bicho-papão é colorido e cheio de onomatopeias. Trata-se de uma tentativa de reverter a antiquada psicologia do medo, trazendo uma série de curiosidades sobre esse monstro que a crianças tanto temem.

8. Nani – Humor sem partido

Cachorro com mangueira na boca, alagando a casa. Móveis boiando e homem nadando. Gabriel da Conceição Bicicleta. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.
Homem tirando foto de menino com cara de caveira. Feliz e orgulhoso envaidecido mesmo. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.
Gorila joga cascas de banana e general cia no chão. Abecedário hilário. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.

Defensor de que o humor seja apartidário: “A gente vota num candidato… Ele tomou posse, a gente tá fazendo charge contra no outro dia.” Ainda sobre a importância da independência: “Quando você faz humor dirigido, vira cartilha.”

Um dos maiores cartunistas da história do Brasil, teve trabalhos publicados em jornais, revistas e na TV. Entre seus livros, há títulos para o público infantil: A bruxinha do bem, Feliz e orgulhoso, envaidecido mesmo e O espírito de porco.

Outra de suas especialidades é a brincadeira com as letras e os sentidos. Algo que pode ser visto em Abecedário hilário, Gabriel da Conceição Bicicleta, Tem outra palavra na palavra e O que dizem as palavras.

9. Orlandeli – Reinterpretação de personagens famosos

Menino pega gorro do Papai Noel e sai pulando de uma perna só. Paciente 237. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.

Quadrinista, chargista e ilustrador, com trabalhos publicados em alguns dos principais veículos impressos do Brasil: Folha de S.Paulo e as revistas Época, Saúde, Superinteressante e Mundo Estranho, entre outros.

O artista foi premiado em salões do humor, nacional e internacionalmente. Uma das suas especialidades está na modernização de personagens que todos conhecem, como os da Turma da Mônica e as lendas do folclore.

É o que acontece na proposta estética de Paciente 237. No livro, o personagem ganha ainda contornos psicológicos profundos. Sua identidade só não será revelada aqui porque a surpresa é um elemento fundamental na obra.

10. Silvana Rando – Amizades entre humanos e animais

Menina montando em cavalo. Pocotó. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.
Carro lotado de personagens. Abílio Basílio e seu fusqueta. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.
Menina falando ao telefone. Amigos. Imagem ilustrativa texto quadrinhos.

Ela cresceu nutrindo um amor pelos bichos (de formiga a elefante) e desenhos. Começou na infância, rabiscando cadernos, diários, paredes, tênis e quadros. Chegou aos livros e tornou-se um dos maiores nomes da literatura infantil.

Para a autora, as crianças, assim como todo mundo, gostam de uma boa história. Sendo assim, apresentar histórias interessantes a elas torna a leitura em uma consequência da curiosidade.

Entre seus livros, destacam-se Amigos e as ilustrações para o divertido Abílio Basílio e seu fusqueta. Aliás, um trabalho escolar com base em Pocotó virou meme e foi tema de reportagens e programas de TV.

Além dos livros em quadrinhos ou influenciados pelo estilo

Bem, espero que conhecer um pouquinho do trabalho dos autores acima tenha despertado o seu interesse de saber mais.

Quer conhecer mais obras influenciadas pelos quadrinhos, pelo cinema, pela cultura pop, e por aí vai? Entre em contato e teremos prazer em lhe ajudar a levar o melhor da literatura!