‘Sundiata – O filho de Sogolon’ conta a saga do fundador do Império Mali

Capa do livro Sundiata.

Certamente, a cultura da África é riquíssima. Ainda assim, são muitos os que desconhecem as histórias desse local, que é berço da humanidade. Uma das mais fascinantes está em Sundiata – O filho de Sogolon.

Para que você tenha ideia, somente uma vez anterior essa história tão impressionante havia sido adaptada em um livro de ficção. Trata-se de um livro em quadrinhos, escrito por Will Eisner.

Então, como foi possível que a lenda sobrevivesse e chegasse até nós? Podemos agradecer ao trabalho feito pelos griôs, sábios africanos que iam de povoado em povoado, recolhendo e repassando histórias.

Isso garantiu que cada geração ouvisse os contos antigos e prosseguisse com o ciclo, não deixando-os cair no esquecimento. Isso foi se sucedendo até que as histórias fossem, finalmente, escritas.

Quem foi Sundiata?

A Epopeia de Sundiata é um poema épico que mistura fatos históricos e lendas sobre a vida do fundador do herói Império Mali. Não há uma versão única, mas alguns elementos estão sempre presentes.

Outros nomes para Sundiata são “Leão do Mali”, “Leão de Sogolon” e “Rei Leão”. Sim, o filme da Disney tem muito em comum com a lenda. Em algumas sociedades africanas, “Leão” é uma forma tradicional de elogio.

Sua mãe era conhecida como “Sogolon”, o mesmo que “búfala”. Por esse nome, já dá para imaginar que a beleza não era uma das suas qualidades.

Acontece que Lisimba Keita, pai de Sundiata, tinha ouvido uma profecia. Um mago havia dito que ele deveria se casar com a mulher mais feia do reino, para que ela desse a luz àquele que libertaria o Mali das mãos de Sumanguru.

Quando menino, Sundiata tinha as pernas finas e não conseguia andar. Por isso, ele e a mãe eram alvo de zombaria e ameaças. Fugindo da perseguição, Sogolon se exilou com o filho. A determinação de Sundiata o fez caminhar.

Guerreiro africano montado em cavalo. Sundiata, pág. 56.

Seu reino deu início ao derrotar Sumanguru em uma batalha, graças a união de vários clãs. Sundiata foi o primeiro líder do Mali, governando entre 1235 e 1255 e criando a base para que o Mali se tornasse uma potência econômica.

Como a história é contada no livro?

Nesse reconto, Tadeu Sarmento atravessa as barreiras de tempo e espaço, nos levando ao universo mágico da África de séculos atrás. A narrativa tem alta carga poética e se desenvolve à maneira das fábulas e lendas.

Forças sobrenaturais, animais falantes e uma natureza viva desempenham um papel fundamental na obra. Os seres humanos, por sua vez, lutam contra a opressão e um território de liberdade.

Trata-se de um conto maravilhoso, mas sem fadas ou duendes. A cada página, os seres e eventos mágicos de Sundiata – O filho de Sogolon encantam aqueles que têm olhos, corações e mentes tocados pela literatura.

As ilustrações de Silvana de Menezes, como sempre, são deslumbrantes. Essa é a segunda parceria entre o escritor Tadeu Sarmento e a ilustradora Silvana de Menezes. A primeira ocorreu em O gato da árvore dos desejos.

Não perca o lançamento de Sundiata – O filho de Sogolon

Lê na Bienal - Sundiata.

O lançamento de Sundiata – O filho de Sogolon será na Bienal Mineira do Livro no sábado, 14/5, das 16:00 às 18:30. Tadeu Sarmento e Silvana de Menezes estarão no stand da Lê. Te espero lá!