Fernando A. Pires
Autor
Sou escritor e ilustrador de literatura infantojuvenil. Tenho alguns livros publicados e outros por publicar. Gosto de ler “escritores difíceis” nas horas vagas. Gosto de ler os mais “fáceis” também, afinal escrever fácil é difícil…
Apesar de tudo, ainda prefiro os “difíceis”. Gosto de descobrir suas estratégias para construir uma história, seus truques para emocionar ou enganar o leitor… Não tem jeito, gosto de decifrar a cabeça desses escritores e de suas obras difíceis. Decifrar nem que seja um pouquinho do livro. Isso já me deixa feliz.
Agora, alguns livros me deixam perturbado por não conseguir desvendar nada deles.
Isso aconteceu com Macunaíma. Li e não li. Por mais que eu lesse críticas a respeito, por mais que eu entendesse o que essas críticas diziam, eu não conseguia “entrar” no livro. Li várias vezes e nada. Tentei saber mais do Mário de Andrade, li poesias, contos, romances, biografias… Nada. Continuava sem resolver Macunaíma, essa obra tão fundamental do autor.
Fui ler também algumas de suas cartas, que são muitas e várias bem divertidas. Uma delas me chamou a atenção: uma carta de 1927, em que ele comunicava a Manuel Bandeira que viajaria para a Amazônia. 1927 era um ano antes da publicação do Macunaíma! Então fui pesquisar se o Mário de Andrade fez essa viagem e se tinha alguma pista que pudesse me ajudar a decifrar essa obra.
Descobri que ele fez a viagem e que o resultado é O Turista Aprendiz. Ao final da leitura desse livro, você tem a impressão de ter feito uma viagem meio mágica, muitas vezes emocionante, às vezes surreal, com muitos momentos bem engraçados, mas sempre, sempre muito interessante.
Não sei se descobri a “estratégia” do Mário de Andrade ou se “decifrei sua cabeça”, só sei que depois li novamente Macunaíma e… me diverti! E olha que isso não é pouco!
Livros:
Há uma gota de poesia em cada rio da Amazônia