‘Tia Vilma’ e como (ainda) é preciso combater o preconceito

Livro Tia Vilma.

A história do livro infantojuvenil Tia Vilma é delicada e envolvente. Ela mostra como, apesar dos aparentes avanços, há temas em que os adultos ainda precisam evoluir muito.

O preconceito não costuma fazer parte dos pensamentos e sentimentos das crianças. Na verdade, a pureza faz com que elas vejam as coisas com mais clareza que boa parte dos adultos.

É dessa forma que elas são mais capazes de ir além das características físicas e enxergar o valor real de cada pessoa. Ainda assim, Tia Vilma não se limita a tratar das batalhas diárias enfrentadas pela comunidade LGBTQIA+.

Vai muito além disso, convidando também à reflexão sobre o respeito e a aceitação daqueles considerados “diferentes”. É ainda uma obra de valorização dos professores, da escola, da criatividade, da pureza, do mundo das letras…

Conheça a história do livro

O texto é de Warley Matias de Souza. Como assim? Na capa do livro diz “Escrito por Bruno”. Bem, esse é o nome da criança de cinco anos que nos conta a história em primeira pessoa.

Acompanhamos o relato do menino e sua apreensão nos primeiros passos da vida escolar. Sua professora é compreensiva e carinhosa. É ela quem torna mais fácil a familiarização de Bruno com aquele mundo.

Além de ser professora, a tia Vilma conta histórias e tem muita imaginação. Como Bruno também tem a imaginação aflorada, acaba se identificando muito com ela. O pai, porém, a estranha muito.

Em fragmentos das conversas dos adultos, a professora é descrita sutilmente. Por isso, é possível que o leitor mais desatento termine o livro sem perceber as pistas sobre suas características físicas.

Mão segurando carta com peixe. Tia Vilma, página 78.

A história acaba com uma carta bem comovente, que Bruno dita à mãe e quer que seja enviada à tia Vilma. O que tem na carta? Bem, você pode até imaginar, mas, para conhecê-la na íntegra, só mesmo lendo o livro.

Quem são os criadores da tia Vilma e do Bruno?

Ganhador de um prêmio João de Barro, Warley Matias de Souza declara: “Sem escrever, sou como um passarinho sem asas. Então, todos os dias, eu voo. Isso mesmo! Todos os dias, eu escrevo, nem que seja uma linha.”

O autor conta que conheceu o Bruno quando ele apareceu no meio dos seus pensamentos, querendo saber onde estava a tia Vilma, sua professora.

Curioso, Warley quis saber quem era essa tal tia Vilma. “Depois que o Bruno terminou de contar tudinho pra mim, eu achei que você merecia conhecer a história dele”, escreve.

Antes de se despedir no livro, o autor completa: “Se algum dia você encontrar a tia Vilma por aí, diz pra ela que o Bruno está morrendo de saudade. E que eu quero muito conhecê-la!”

No vídeo abaixo, fala sobre sua caminhada no mundo das letras e sobre o livro Tia Vilma.

As imagens delicadas são de Thais Beltrame. Artista premiada, ela revela que ama “o papel e todas as coisas que moram nele: os livros, o nanquim, as letras, os desenhos e a carta de uma pessoa querida”.

A ilustradora conta ainda que se identifica muito com o Bruno. Assim como ele, ela sempre teve muita imaginação e a sorte de ter uma professora que a incentivou a ser quem era e fazer o que gostava.

Ela ainda deixa um recado para quem lê o livro: “Eu desenhei o Bruno como o enxerguei na minha imaginação. Você tem muitas outras formas de imaginar o Bruno e a tia Vilma também. Esta é só uma delas.”

Confira o depoimento da artista sobre seu processo criativo em Tia Vilma e outras obras.

Tia Vilma é uma obra imperdível!

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