Infância não é sinônimo de alegria. Velhice não é sinônimo de solidão. O livro Há um sol na solidão de Eduarda mostra como felicidade e tristeza fazem parte da vida de pessoas de qualquer idade.
Seu texto terno, honesto e revelador cativa crianças de todas as faixas etárias – até mesmo as idosas! A obra é carregada de símbolos para os sentimentos, a começar pelo “sol” do título. Será que você consegue identificar todos eles?
Por que será que foi escolhido um caracol para ilustrar a capa? E a escada dos sentimentos que Eduarda sobe e desce? E os gatinhos, que vão entrando aos poucos na narrativa?
Conheça a história do livro
Eduarda se prepara para mais uma festa de aniversário. Porém, ao contrário do que é comum em uma ocasião como essa, a menina não está feliz.
Ao contrário, ela está inquieta porque não consegue encontrar o cinto que usaria na festa. Justamente aquele que combinava direitinho com o vestido!
O pensamento de Eduarda desce as escadas, chega à tristeza, e se reparte em comparações entre a infância e a velhice.
A menina sabe a razão da enorme tristeza e da solidão que sente, mas reluta em contar para a avó Angelina. Ela tem medo de que a avó vá achar que aquele é um motivo muito bobo.
No entanto, Angelina surpreende a neta com uma conversa sobre o passar do tempo, fazendo-a refletir sobre as belezas da vida cotidiana. Assim, o sol reaparece e invade o coração de Eduarda, que abre “um sorriso de 100 anos”.
Angelina sugere que a neta suba as escadas da solidão e volte para a sua festa de aniversário.
Já com os olhos “ensolarados”, a menina descobre o paradeiro do seu cinto. Quer saber onde ele estava? A resposta surpreendente está nas páginas de Há um sol na solidão de Eduarda!
Quem são os autores de Há um sol na solidão de Eduarda?
Ana Raquel é a responsável pelas imagens do livro. Em 30 anos de trabalho, já ilustrou mais de uma centena de títulos.
“Que nem a vovó desta história, tenho sempre um punhado de cores que roubo despistadamente dos livros que ilustro”, diz. A artista revela ainda seus segredos para colorir cenas sombrias do dia a dia:
“Cores vivas, às vezes, funcionam muito bem em casos de tristezas passageiras, ataques de timidez ou de insegurança, pitis em geral… Às vezes, é o contrário: só um tom bem neutro pode acalmar a alma.”
Escritor e leitor voraz, Jonas Ribeiro vive inventando um jeito de aproximar as pessoas dos livros. Quando adolescente, costumava garimpar bibliotecas e, aos 16 anos, já escrevia regularmente.
Desde então, foram mais de 100 livros publicados e mais de 600 mil exemplares vendidos. Além de escrever, ele se dedica a visitas a escolas. Inclusive, dá nome a algumas bibliotecas e cantinhos de leitura.
Aqui vai uma curiosidade: parte dos primeiros registros da história, escritos à mão pelo Jonas, estão no final do livro. E não é que a caligrafia do autor combinou direitinho com as ilustrações da Ana Raquel?
Trabalhe Há um sol na solidão de Eduarda com as crianças
O livro pode servir de ponto de partida para as crianças debaterem sobre seus sentimentos. O que pensam sobre solidão e tristeza? Como superá-las? Será que a perda do cinto é realmente a única razão de Eduarda se sentir triste?
Saiba que a contação de histórias permite várias possibilidades, até mesmo narrar um livro com a voz da moça do Google, usando bonecas Barbie. Não é brincadeira! Quer dizer, é sim. Confira no vídeo abaixo.
Para outras formas de encantar os pequenos leitores, confira o Concerto de delicadezas.
Jonas Ribeiro, autor de Há um sol na solidão de Eduarda esteve com Sandra Bittencourt, outra especialista nas diversas formas de unir crianças e literatura. Para poder assistir ao encontro, cadastre-se gratuitamente no Portal do Educador do Grupo Lê.