Os investimentos em educação levam à qualidade de vida da população. Na verdade, o caminho para solucionar nossos problemas de emprego, violência, moradia, saúde e saneamento vem na esteira da educação.
Por mais de um século, houve um descaso com o ensino público no Brasil. Isso criou uma dívida histórica com o setor, que hoje tem várias oportunidades para melhorias em estrutura, digitalização e outras inovações.
Atualmente, apenas 35,5% dos brasileiros têm mais de 11 anos de estudo – período equivalente aos ensinos fundamental e médio. Além disso, cerca de 16% dos jovens entre 15 e 17 anos não vão à escola.
Para incluir todos no sistema educacional, é necessário investir: construir escolas, quadras, bibliotecas e laboratórios de informática, além de contratar educadores e ampliar o sistema de transporte público.
Por que o Brasil precisa de mais investimentos em educação?
Os primeiros anos de vida são importantíssimos para o desenvolvimento cognitivo de um indivíduo. Dificilmente as perdas nessa etapa da vida são recuperadas mais tarde.
Como você deve saber, os investimentos em educação diminuem as taxas de analfabetismo e de evasão escolar. Essas são barreiras para as oportunidades que um indivíduo tem no mercado de trabalho.
Em um cenário ideal, a competição para o ensino superior e para as vagas de emprego são mais justas. Afinal, a competitividade é um dos fatores que mais impulsionam o crescimento de um setor.
Além disso, o ensino de qualidade está diretamente relacionado ao investimento na indústria do país. É só pensar em como a educação gera mão de obra qualificada para projetos complexos.
Os resultados dos investimentos em educação são vistos no futuro. Isso já foi confirmado em outros países que fizeram investimentos massivos em educação no passado e colhem os bons frutos agora.
Isso permitiu, inclusive, que o investimento reduzisse com o tempo. A razão é simples: os gastos com a maior parte da infraestrutura e a educação das pessoas que não frequentaram a escola na idade adequada são temporários.
Infelizmente, a prioridade no Brasil são os investimentos em setores em que os resultados são vistos de forma mais imediata. Com isso, nosso sistema educacional continua com o mesmo panorama há décadas.
Investimentos em educação no Brasil em outros países
Vamos comparar o Brasil com os outros países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para começar, os nossos professores são os que têm os salários mais baixos.
Além disso, nossos investimentos em educação superior são quase quatro vezes maiores do que no ensino básico. Não à toa, estamos em 57º na classificação do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa).
A verdade é que o Brasil é um dos países que destinam as maiores porcentagens do Produto Interno Bruto (PIB) à educação. São 6% do nosso PIB que vão para o setor.
Ainda assim, somos os que menos gastam com cada aluno da rede pública: cerca de US$ 4.450 por ano. A média anual dos outros países da OCDE fica em torno de US$ 9,5 mil per capita.
A explicação para esse paradoxo é simples. O nosso PIB é baixo em relação ao tamanho da população: US$ 15 mil para cada brasileiro. Leve ainda em conta o poder de compra da moeda.
Por tudo isso, é necessário que o nosso esforço seja maior. Afinal, não vivemos a mesma realidade dos países que estão melhor colocados no Pisa.
Por onde começar?
É preciso expandir a rede pública, sem que isso signifique queda na qualidade. Ainda assim, os investimentos mais urgentes em educação devem ser no material humano, ou seja, professores e outros profissionais.
Isso envolve formação, aumento salarial, planos de carreira, contratação de pessoal e programas de capacitação.
O momento atual é ideal. A população do Brasil está ficando mais velha e há a tendência de que a quantidade de crianças e jovens em idade escolar seja menor no futuro.
Sim, a carga tributária da população brasileira já é uma das maiores do mundo, sobretudo, para os mais pobres. Por isso, a solução não se limita aos investimentos financeiros em educação.
Também é necessário que haja fiscalização sobre os gastos e um plano consistente. Ou seja, o comprometimento não pode variar de acordo com as gestões novas que chegam a cada eleição.
Você concorda que os investimentos em educação devem ser priorizados pelos gestores municipais, estaduais e federais? Use a caixinha de comentários aí abaixo e deixe sua opinião sobre o assunto!