Leitura e inteligência têm tudo a ver. Estudos comprovam!

Como você pode imaginar, o hábito de ler pode, sim, estimular o desenvolvimento intelectual das crianças. Aqui, você terá embasamentos científicos para comprovar essa relação entre os níveis de leitura e inteligência.

A literatura é a chave para destrancar a porta para um vasto mundo de conhecimentos complexos. Independentemente de se tratar ou não de uma ficção, um livro pode revelar muito a uma criança sobre o mundo ao redor.

Considere que a leitura representa um acesso a informações por meio de uma fonte adicional, além dos colegas, pais e professores. No entanto, ela é mais do que isso.

São vários os estudos que reforçam a relação entre a leitura e o sucesso em diversas áreas. Entre elas, a educacional, a criativa, a profissional, a social, a econômica e até mesmo a de saúde.

Isso mesmo, as pessoas com pontuação mais alta nos testes de QI tendem a viver mais! A seguir, veja como a leitura influencia na inteligência das crianças.

Como os níveis de leitura e inteligência estão ligados?

As crianças que têm o hábito precoce ou que leem por prazer têm melhores notas na escola. Isso inclui as matérias aparentemente não relacionadas, como Matemática, Ciências e atividades físicas.

A literatura envolve a concentração do leitor em uma tarefa, o que o ajuda a obter melhores desempenhos. Pense ainda em como ler uma ficção exige que sejam imaginados personagens, cenários e objetos.

Dessa forma, a literatura treina as crianças para o pensamento abstrato, o que é útil na resolução de vários tipos de problemas.

Um estudo foi feito para o livro The reading zone (“A zona de leitura”, em tradução livre). De acordo com a pesquisa, 5% dos melhores alunos dos EUA leem até 144 vezes mais do que 5% das crianças com as piores notas.

Alguns especialistas afirmam, inclusive, que o principal indicador de sucesso acadêmico é a quantidade de tempo que um aluno gasta lendo.

Para começar, a leitura expande o vocabulário, o que melhora as pontuações nos testes verbais. Isso é algo aparente logo nos primeiros dias de aula do ensino fundamental.

No entanto, as pesquisas mostram que as crianças que começam a ler desde cedo têm melhor desempenho inclusive nos testes não verbais.

Elas se saíram melhor nas avaliações que levaram em consideração o raciocínio abstrato, a cognição geral e a descoberta de padrões.

Aqui, o destaque vai para a relação entre a capacidade de extrair informações de textos e a obtenção de qualificações educacionais. Esse impacto se estende para a vida profissional e até mesmo particular de uma pessoa.

Além disso, o hábito de leitura tem influência em aspectos que normalmente não são se mede nas avaliações. Esse é um tipo de interesse que favorece não apenas o conhecimento geral, mas também a receptividade a experiências.

Ler durante a infância influencia por toda a vida

Tudo o que foi dito até aqui pode ser embasado com alguns dados. Uma varredura que começou a ser feita em 1970, pelo Instituto de Educação da Universidade de Londres, é uma das mais influentes nesse sentido.

Ao longo dos anos, o trabalho serviu de base para vários planos literários. De tempos em tempos, a varredura é refeita com 6 mil pessoas nascidas na mesma semana, pareadas pelo histórico socioeconômico.

Uma das análises feitas traçou um paralelo entre a frequência com que essas pessoas leram durante a infância e os seus testes de QI nas idades de 5, 10 e 16.

Esse estudo destacou as crianças de 10 anos que liam com frequência e os jovens de 16 que liam mais de uma vez por semana. Eles se saíram melhor em matemática, vocabulário e testes de ortografia aos 16 anos.

Esse mesmo ensaio defendeu a teoria de que a habilidade de leitura dinâmica facilita na absorção e compreensão de novas informações.

Uma comparação significativa desse estudo ocorreu entre crianças com bons hábitos de leitura e aquelas que tinham pais com educação superior.

As crianças que liam com frequência tiveram uma vantagem de desempenho quatro vezes maior em relação àquelas com pais que possuíam diploma. Surpreendente, não é mesmo?

Leitura X desenvolvimento cerebral

Outro trabalho relevante surgiu em 2014, feito pela Sociedade de Pesquisa em Desenvolvimento Infantil (SRCD, na sigla em inglês).

A pesquisa verificou os hábitos de leitura e os níveis intelectuais de 1.890 pares de gêmeos, aos 7, 9, 10, 12 e 16 anos de idade.

Para isso, foram combinados vários testes verbais e não verbais para cada idade. Essa análise possibilitou um resultado mais detalhado sobre as habilidades cognitivas do que os trabalhos anteriores.

Antes disso, os estudos se concentravam em associações teoricamente mais óbvias, como entre a leitura e a habilidade verbal.

A pesquisa demonstrou como é possível que crianças de uma mesma família possam ter pontuações muito diferentes em testes de QI. Afinal, elas compartilham genes, condição socioeconômica e educação parental.

Por ser feita com gêmeos, a pesquisa isolou essas variáveis. No entanto, alguns fatores ainda poderiam influir no resultado. Por exemplo, ter um professor particularmente inspirador ou um amigo que incentivasse a leitura.

Como é de se esperar, os mais habilidosos na leitura precoce tenderam a obter pontuações mais altas nos testes do que seus irmãos idênticos. Além disso, eles permaneceram com a leitura melhor à medida que envelheciam.

Há solução para a criança que não lê?

A diferença mais significante de resultados em testes de QI ocorre em relação aos hábitos em torno dos sete anos de idade. No entanto, tão importante quanto encorajar a leitura é mantê-la durante a adolescência.

Assim como em vários aspectos ao longo da vida, quanto mais se pratica, melhores são os resultados.

Dessa forma, à medida que se avança para os livros com capítulos, as crianças aumentam a resistência intelectual e a capacidade de concentração.

Saiba ainda que a deficiência na capacidade de leitura é algo que dá para corrigir. Por isso, as pesquisas que você viu aqui convidam a pensar na forma como a literatura é ensinada na escola.

Uma intervenção educacional nesse sentido ajuda na alfabetização, mas não apenas nisso. Ela também leva à escrita e fala articuladas, além de aprimorar as habilidades cognitivas de um modo geral.

Isso é algo que tem validade em qualquer carreira que uma pessoa venha a escolher. Se você acredita na relação entre leitura e inteligência nas crianças, entre em contato com a gente e te ajudaremos a montar um plano literário para a sua cidade ou escola!