‘A grande viagem de Rosita’ mostra os paraísos diferentes de cada um

Porca subindo em uma placa, escrito "paraíso, com luneta. A grande viagem de Rosita, página 3.

A ideia do que é o paraíso é algo que varia muito de pessoa para pessoa. O que é bom para um, não necessariamente, vai servir para o outro. Livros como A grande viagem de Rosita só confirmam isso.

A autora Brigitte Endres dedica a obra “para adultos e crianças que pensam diferente e não se deixam levar pelos que acham que têm razão”.

No livro, conhecemos uma porquinha diferente de todas as outras. Afinal, quem já viu um porco que gosta de fazer exercícios? Para Rosita, o paraíso dos porcos é um lugar com lama, lavagem, cambalhotas e muitas brincadeiras.

Ela canta, dança, joga o bumbum e o rabinho de molinha para cima e sai andando apoiada nas patas da frente. “Olha o que eu sei fazer!”, ela diz, empolgada.

Afinal de contas, que viagem é essa?

Com tanta ginástica, Rosita continua magrinha, o que deixa o dono da fazenda bravo. “Cadê ou toucinho?” é o que dizem os outros animais que convivem com ela.

Todos falam sobre uma grande viagem misteriosa, que só os animais gordinhos podem fazer.

A princípio, a porquinha fica triste. Não por causa da viagem, uma vez que ela já é muito feliz, mesmo vivendo na fazenda. O que a chateia é a forma ríspida como os outros animais a repreendem.

Um dia, a tristeza de Rosita se transforma em alegria quando ela conhece Fino, o rei das ruas. Ele é magrinho, dança, toca violino e tem sininhos pendurados no tornozelo. A identificação entre os dois é imediata.

Homem e porca andando pelas montanhas para chegar a uma cidade. A grande viagem de Rosita, página 25.

Juntos, eles seguem viajando por vilarejos e cidades. Fino, tocando, e Rosita, dançando: “Pra frente, pra trás, pros lados, oooops!” Isso sim se parece mais com o paraíso, você não acha?

Quem são as responsáveis por A grande viagem de Rosita?

Filha de um casal de professores, Brigitte Endres nasceu e se criou em Würzburg, na Alemanha. Mais tarde, estudou em Munique e se tornou professora primária, com especialização em Alemão e História.

Na Alta Baviera, lecionou para crianças e, durante esse tempo, escreveu seus primeiros textos para o público infantil. Seus alunos gostavam tanto de suas criações que encorajaram-na a publicar, em 2004, seu primeiro livro.

Hoje, ela vive e trabalha em Kassel e Munique. Um dos seus maiores sucessos são os contos de ninar para uma rádio da Baviera. As histórias da bruxa Hatschi estão em 11 temporadas, de sete episódios cada.

Ah, você não sabia que a história de A grande viagem de Rosita vem lááá da Alemanha? O título original é Rositas große reise. Por incrível que pareça, o som da letra “ß” não se parece nada com um “b”. Está mais para um “s”.

A ilustradora também tem essa letra no nome: Susanne Straßer. Ou melhor, Susanne Strasser. Nascida em Erding, na Alemanha, ela estudou Comunicação e Design em Londres e Munique.

Como você pode perceber, o trabalho de Susanne é reconhecido internacionalmente. A artista tem livro adaptado para o cinema e já foi destaque na Bienal de Ilustrações de Bratislava. Atualmente, ela vive em Munique.

Não podemos nos esquecer do trabalho importantíssimo feito por Hedi Gnaedinger, a tradutora. Ao contrário do que se possa imaginar, a conversão do alemão para o português não é automática.

Afinal, para que o texto mantenha uma musicalidade e tenha expressões como “sua porca burra”, a tradução não pode ser literal. Ainda assim, o espírito do trabalho original deve permanecer intacto. Desafiador, não é?

A grande viagem de Rosita.

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