‘A menina e o camaleão’, uma brincadeira multicolorida

Crianças tirando selfie. A menina e o camaleão, página 26.

Você acredita que é importante que as crianças se conscientizem sobre as próprias origens? Saiba que a literatura é um ótimo meio para que haja essa valorização por parte delas. Conheça o livro A menina e o camaleão.

Essa história começa há alguns anos, durante uma edição do Fliaraxá. Conversando com o escritor Leo Cunha, seu colega angolano José Eduardo Agualusa contou um caso ocorrido com a filha.

Ao ouvir a história, Leo Cunha logo pensou que aquilo poderia virar um livro para as crianças. Aliás, A menina e o camaleão é dedicado à Agualusa e sua filha, Vera Regina, que empresta o nome à protagonista.

Assim que escreveu o primeiro rascunho, o escritor convidou Rubem Filho para ilustrá-la. Na verdade, já fazia um tempinho que os dois planejavam uma parceria.

Acompanhe Regina nessa aventura

Regina está em um acampamento e resolve explorar o local um pouco. No caminho, ela encontra um bicho multicolorido, que a acha bonita. No entanto, ele fica confuso e questiona:

“– De que cor você é?”

A pergunta é o ponto de partida para uma conversa sobre as dúvidas que surgem de questões como identidade, as cores e as diferenças.

O diálogo que se desenrola leva os pequenos leitores à observação e à reflexão. É também um convite para que cada um exponha, com orgulho, as próprias raízes.

A escritora, pesquisadora e especialista em literatura infantojuvenil Ieda de Oliveira escreve na quarta capa de A menina e o camaleão: “Este é um livro pra ler, reler, abraçar, tornar a ler e se encantar…”

Leo Cunha completa: “Tomara que você curta também!” Rubem Filho, por sua vez, revela um desejo: “Espero ver um camaleão de verdade um dia desses.”

A história é conduzida com beleza, sensibilidade, delicadeza e poesia. As ilustrações vivificam o diálogo e nos impactam com tanta exuberância. Abaixo, assista ao book trailer.

Um pouquinho mais sobre os criadores de A menina e o camaleão

Leo Cunha autor

Leo Cunha é de Bocaiúva, Minas Gerais. Nasceu em 1966 e, com dois anos de idade, se mudou para Belo Horizonte. Há quase 30 anos, ele dedica sua vida à literatura.

Escreveu mais de 60 livros infantis e juvenis, além de peças de teatro, letras de músicas e tem contos, crônicas e poesias publicados em antologias. Isso sem contar com as várias traduções que fez do inglês e do espanhol.

Ao longo da carreira, recebeu vários prêmios. Entre eles: Jabuti, Biblioteca Nacional, João-de-Barro, Nestlé, Adolfo Aizen, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e Cátedra Unesco de Leitura.

RUBEM FILHO

Rubem Filho nasceu em Belo Horizonte, em 1969. O ilustrador, artista gráfico e escritor trabalha com literatura infantil há 25 anos. Nessa trajetória, já ilustrou mais de uma centena de livros.

O artista diz que não se lembra de quando começou a desenhar. Formado em artes plásticas e especializado em gravura em metal e litografia, seu sonho era ser artista plástico profissional.

Porém, ao descobrir a força do seu trabalho para encantar as crianças e torna-las leitoras, abraçou a ilustração e a escrita para esse público. Ele conta ainda que raramente passa um dia sem, pelo menos, um rabisco.

Leia A menina e o camaleão na íntegra

Todos temos nossas diferenças. Ainda assim, é possível viver harmoniosamente com elas. A cor da pele nos conta um pouquinho sobre as raízes da família de cada um, além, claro, da nossa própria.

Não temos que nos camuflar, como faz o camaleão. Pelo contrário, precisamos olhar para essas características com a mesma naturalidade que as crianças olham. Partilhar, em harmonia, essa experiência multicor, cabe a cada um de nós.

O livro foi selecionado para o Kit de Literatura Afro-brasileira, Africana e Indígena, destinado às escolas e creches de Belo Horizonte. Essa é uma iniciativa que atende à Política Municipal de Promoção da Igualdade Racial.

Capa do livro A menina e o camaleão.

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