Imagine um cenário em que a Amazônia se parece com o Saara da atualidade. Afinal, o deserto do Norte da África um dia foi também uma grande floresta. Esse é o alerta feito no livro Ainda uma flor resta.
Alexandre Azevedo, um dos autores da obra, fala da importância da conscientização de jovens e crianças. “Muitos deles se tornarão governantes, políticos, participantes de ONGs, professores, educadores”, diz.
Sobre a intenção do livro, ele declara: “É uma espécie de grito de desespero para que nós tomemos a consciência sobre a falta de cuidado com esse patrimônio mundial.”
“… e dessa reversão possível”, completa Elisa Bechuate, sua esposa e coautora. Ela ressalta que a história desse livro busca impactar e criar temor, mas, ao mesmo tempo, trazer esperança ao leitor.
Cilindros de oxigênio como parte do dia a dia
Com a devastação da Amazônia, os cilindros de oxigênio passam a fazer parte do cotidiano das pessoas, que precisam levá-lo para onde vão. Aí está uma das ironias dessa história.
Ao mesmo tempo em que os cilindros simbolizam algo terrível, eles criam uma demanda de mercado. Assim, as peças viram acessórios de moda que vêm em modelos, tamanhos e cores para combinar com o look de cada pessoa.
A protagonista de Ainda uma flor resta é uma menina de traços miscigenados, quase indígenas. O cilindro que ela carrega é rosa, combinando com a mecha em seu cabelo.
A ideia veio da aparição da atriz Bárbara Paz no Festival de Cinema de Veneza em 2021. Na ocasião, ela usava uma máscara ligada a uma planta que levava nas costas, dando a entender que era oxigenada dessa forma.
O livro faz ainda menção ao Holocausto e à escravidão. Alexandre Azevedo considera essas as maiores tragédias da humanidade e diz que esses eventos se relacionam à obra pela questão da falta de liberdade.
“Respirar é a liberdade de cada um de nós!”, compara.
Conheça os responsáveis por Ainda uma flor resta
Ainda que o livro trate da Amazônia, há um contraponto interessante nas imagens de ar urbano, que se aproximam da linguagem dos quadrinhos. O responsável por dar esse estilo à obra é Eduardo Antônio Sá, ou Edusá.
São dele também as ilustrações de Metade pai metade mundo. Edusá escreveu e ilustrou O sapulante viajante, livro que, de certa forma, dialoga com Ainda um flor resta. Confira a entrevista que fizemos com ele.
Além de escritora, Elisa Bechuate é consultora de etiqueta e comportamento. Desde criança, ela já se sensibilizava pela questão ambiental. “Me incomodava muito mesmo um papel de bala jogado no chão”, lembra.
Na adolescência, estudou sobre sustentabilidade, se dar conta disso. Muito dessas leituras a deixaram impactada. Ainda uma flor resta é seu primeiro livro em parceria com o marido Alexandre Azevedo.
Já falamos sobre o escritor aqui no blog. Ele faz parte da Academia Ribeirãopretana de Educação, dá nome a um concurso literário e foi homenageado em uma feira literária da cidade.
Atualmente, como professor de Literatura, passa boa parte do tempo com jovens e crianças, que inspiram suas histórias.
A propósito, Ainda uma flor resta foi lançado oficialmente na inauguração da biblioteca Professor Alexandre de Azevedo, em Uberlândia (MG). Veja algumas fotos do evento.
Abaixo, confira o bate-papo com Elisa e Alexandre.
Leia Ainda uma flor resta na íntegra
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