Erros de Português: um guia definitivo com os 50 casos mais comuns

Mesmo que a gente fale, ouça, leia e escreva desde os primeiros anos de vida, é normal fazer algumas confusões. Neste artigo, listamos os erros de Português mais recorrentes.

Menino com fone de ouvido, no computador. Ao fundo, mão escrevendo no papel. Imagem ilustrativa texto erros de Português.

Nossa língua é uma das mais ricas do mundo. Se, por um lado, isso é algo bom, pois oferece um mundo de possibilidades, por outro, são muitas as armadilhas.

O vocabulário extenso, as variações, regras, condições e detalhes tornam praticamente impossível não cometer tropeços de vez em quando.

Há ainda palavras que soam iguais ou parecidas, mas com significados bem diferentes – e até opostos. Por isso, a Língua Portuguesa não deve ser subestimada por ninguém, nem mesmo pelos experientes na escrita e na fala.

Quais são os erros de Português que as pessoas mais cometem?

Não vamos falar aqui de lapsos de ortografia ou concordância que o editor de texto já grifa para você. Em vez disso, que tal vermos erros de Português que até as pessoas mais estudadas cometem e a gente nem percebe?

As dicas abaixo são valiosas para quem vai fazer uma prova como a de um concurso ou a do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Guia erros de Português.

Também é importante conhecer a norma ao escrever um documento ou antes de colocar uma frase em algum produto ou página da Internet.

Mesmo quando a pessoa que lê percebe esses erros de Português e os releva, ainda fica uma leve impressão de falta de cuidado. Ocorrendo com frequência, eles influenciam até mesmo na credibilidade da empresa ou pessoa que escreve.

Que bom que você está aqui, buscando aprender! Para te ajudar, preparamos um arquivo em PDF para você imprimir ou usar da forma que achar melhor. Basta clicar na imagem. É gratuito e não é necessário fazer cadastro.

Se preferir, salve esta página entre suas favoritas e, sempre que precisar, volte aqui para uma consulta rápida. Como a lista é grande, você pode dar um “Ctrl + F” e digitar uma palavra ou termo que tem dúvida.

Acompanhe!

1. “A” e “à”

“À” e “às” são versões femininas para “ao” e “aos”. Então, se “ao” é a junção de “a” e “o”, quando somamos a preposição “a” e o artigo “a”, temos “à” (“aa” ficaria estranho, você não acha?):

Mulher olhando para o computador, sorrindo. Imagem ilustrativa texto erros de Português.

Ele foi à escola.

Uma boa dica para saber se você deve usar crase ou não é mudar a frase para o masculino e ver se vira “ao”. Troque, “escola”, por exemplo, por “hospital”:

Ele foi ao hospital.

Encaixou? Então, tem crase! “À” é o mesmo que “para a”. Também usamos crase para falar de horas (“das 13:00 às 15:00”), lugar (“sente-se à mesa”) e modo (“às vezes”, “sair à francesa”).

Além disso, o sinal aparece quando juntamos “a” com “aquele”, “aquela” ou “aquilo”. Não existe “a aquele”:

Dê isso àquele menino.

2. “Afim” e “a fim”

Enquanto “afim” indica afinidade, aproximação de coisas, ideias e situações, “a fim” diz respeito a um objetivo:

Professores, diretores, coordenadores e afins.

Vou estudar a fim de passar na prova.

Ah sim, alguém que quer algo está “a fim” daquela coisa. Então, as frases a seguir estão incorretas:

Estou afim de ver o jogo.

Estou afim de você!

O certo, então, é:

Estou a fim de ver o jogo.

Estou a fim de você!

3. “Além”, “também” e “ainda”

As três palavras indicam adição. Portanto, quase sempre é redundante usá-las na mesma frase. Assim, em vez de usar:

Além disso, também fiz aquilo.

Prefira:

Além disso, fiz aquilo.

Fiz isso e também aquilo.

4. Aspas e pontuação

Pode até parecer um detalhe bobo, mas não é. Quando uma ideia está completa dentro das aspas e funciona isoladamente, o ponto vem antes.

Ao fazer uma citação para complementar uma frase, o ponto vem depois de fechar as aspas. Nesse caso, estamos pontuando a frase inteira e não a citação:

“Eu jamais faria uma coisa daquelas!” Essas foram suas últimas palavras. Isso mesmo, ela disse que “jamais faria uma coisa daquelas”!

5. “Assistir”

Homem de costas, de frente para a TV. Imagem ilustrativa texto erros de Português.

Se você estiver vendo algo, o correto é “assistir ao”, no masculino, e “assistir à”, no feminino. No caso de dar suporte, o certo é “assistir o” e “assistir a”:

Você assistiu à partida? Assista ao jogo! Os enfermeiros precisaram assistir o jogador contundido.

6. “Através”

Esse é mais um erro de Português bastante comum. Como o nome sugere, deve ser usado quando uma coisa atravessa outra. Ou então, quando é possível observar algo que está do outro lado. A seguinte frase é inadequada:

Nos comunicamos através de gestos.

Se você está falando de um instrumento usado para determinado fim, o correto é “por meio de”, “mediante” ou, simplesmente, “com”:

Nos vemos através do vidro e nos comunicamos por meio de gestos.

7. “Contém” e “contêm”

Pense nas palavras “tem” e “vem”, que ganham acento circunflexo para que haja diferenciação quando estão no plural, ficando “têm” e “vêm”. Aqui, acontece a mesma coisa.

A questão é que “contém” já possui um acento agudo quando está no singular, que é transformado em circunflexo no plural:

O livro contém muitas frases, e as frases contêm muitas palavras.

8. “De encontro” e “ao encontro”

A simples troca do “de” pelo “ao” traz ideias opostas. Enquanto “de encontro” diz respeito a algo que vem no sentido oposto, “ao encontro” indica uma afinidade:

Não gosto da ideia dele, que vai de encontro à minha. Gosto mais da sua, que vai ao encontro da minha.

9. “Do” e “de o”

Embora frequentemente ocorra na fala, se estiver concordando com um verbo no infinitivo, não se junta “de” e “o” ou “de” e “a” para formar “do” e “da”. Nem as contrações “dele”, “dela”, “disso” e “disto”.

Mulher escrevendo, sentada na grama.. Imagem ilustrativa texto erros de Português.

Portanto, embora seja certo escrever:

Saí antes dele.

Saí daquilo.

É errado escrever:

Saí antes dele entrar.

Saí antes daquilo acontecer.

O correto, nesses casos, seria:

Saí antes de ele entrar.

Saí antes de aquilo acontecer.

10. “Dia a dia”

Ainda encontramos em textos mais antigos esse termo grafado com hífen (dia-a-dia). No entanto, desde o Novo Acordo da Língua Portuguesa, não se usa mais o sinal.

11. “Eficaz” e “eficiente”

Muitas pessoas trocam uma palavra pela outra, sendo que não têm o mesmo significado. Uma coisa eficaz é a que cumpre aquilo a que se propõe. Já a eficiente tem um gasto baixo em relação ao resultado obtido:

Ela é uma funcionária eficiente, que faz todas as tarefas com eficácia.

12. “Embaixo” e “em cima”

“Em baixo” e “encima” até existem, mas são muito pouco usados. Um está relacionado a altura e o outro é um verbo. Ao falarmos sobre a posição de alguma coisa, correto é escrever “embaixo da mesa” e “em cima da mesa”.

13. “Em vez de” e “ao invés de”

Embora as duas expressões sejam usadas em situações parecidas, elas não são, exatamente, a mesma coisa. Quando qualquer coisa substitui outra, é usado “em vez de”. Se for exatamente o contrário, usa-se “ao invés de”:

Ao invés de comer só frituras, como eu fazia antes, estou seguindo uma dieta saudável. Hoje, preferi comer manga em vez de melancia.

14. Enumeração

Se os tópicos estiverem separados por ponto e vírgula, o correto é começar cada linha com letra minúscula. É como se estivéssemos desmembrando uma frase. Note ainda que a último tópico termina com um ponto final:

Ele só tinha três coisas na vida:

  • casa;
  • carro;
  • cachorro.

Para começar cada um com letra maiúscula, use ponto final ou não pontue:

Ele só tinha três coisas na vida:

  • Casa.
  • Carro.
  • Cachorro.

15. “Esse” e “este”

Os pronomes usados para citar algo costumam aparecer de forma inadequada por aí.

Mãos com dedo apontando.

Para falar do que está nas proximidades ou que já foi mencionado, usa-se: “esse”, “esses”, “desse”, “desses”, “nesse”, “nesses”, “essa”, “essas”, “dessa”, “dessas”, “nessa”, “nessas”, “isso”, “disso” e “nisso”.

Quando o assunto está do nosso lado, ainda não foi abordado ou estamos dentro do contexto, usamos: “este”, “estes’, “deste”, “destes”, “neste”, “nestes”, “esta”, “estas”, “desta”, “destas”, “nesta”, “nestas”, “isto”, “disto” e “nisto”:

Está fazendo muito calor nesta sala em que estamos. Vamos para essa que está ao lado.

Erros de Português: fique livre desse problema lendo este guia que preparamos.

Tenho boas lembranças desse ano que passou. Este que estamos vivendo também está muito bom.

16. “Eu” e “mim”

Sobretudo na linguagem falada, é comum ouvir pessoas dizendo “para mim fazer”. Porém, está errado, já que “mim” não é sujeito. O correto é “para eu fazer”.

Há pessoas que dizem que “mim” é usado no fim da frase, mas a verdade é que ele também pode aparecer no meio:

Faça isso para mim depressa.

A propósito, por incrível que pareça, o correto é dizer “entre mim e você” e não “entre eu e você”.

17. “Faz” e “fazem”

O correto é “faz dois dias” e não “fazem dois dias”. Se estivermos falando de tempo, o verbo “fazer” é impessoal, ou seja, não está ligado a um sujeito.

Perceba que, nesse exemplo, não são os dias os donos da ação. Por isso, não há razão para usar o plural.

18. “Há” e “a”

Se estivermos falando sobre algo que existe ou existiu, usamos “há”. Então, dizer que algo aconteceu “a alguns anos” está errado. O correto é “há alguns anos”.

No entanto, se estamos falando de algo que ainda vai acontecer, a regra muda. Assim, fica “daqui a alguns anos”.

19. “Há” e “atrás”

Mulher pensando, com gráficos na mesa. Imagem ilustrativa texto erros de Português.

Tanto “há” como “atrás” indicam passado. Por isso, usar “há dez anos atrás” está errado, já que se trata de uma redundância. Então, para se referir a um evento do passado, escolha uma das duas opções abaixo:

Eu fiz isso há dez anos.

Eu fiz isso dez anos atrás.

20. “Havia” e “haviam”

Bem, você já viu que o verbo “haver” é mesmo traiçoeiro. Se ele estiver sendo usado com o sentido de “existir”, trata-se de um verbo impessoal.

Então, da mesma forma que devemos usar “faz dois dias” e não “fazem dois dias”, o correto é “havia dois dias”, não “haviam dois dias”.

21. “Hora” e “ora’”

A não ser que você esteja falando sobre horário, o certo é usar “ora”:

Por ora, essa é a melhor opção.

Ora faz frio, ora faz calor.

22. “Ideia”

Embora muitos se sintam tentados em colocar acento (“idéia”), isso está errado desde que o Novo Acordo Ortográfico entrou em vigor.

O mesmo ocorre com “joia”, “assembleia”, “estreia” e “europeia”. Não se acentua os ditongos abertos “ei” e “oi”, a não ser que a palavra seja oxítona: “herói”, “papéis”, “corrói”.

23. “Independente” e “independentemente”

É errado falar:

Independente da sua vontade, é assim que deve ser feito.

Para falar de algo que ocorre de modo independente, use “independentemente”:

Independentemente da sua vontade, é assim que deve ser feito.

24. “Lembrar”, “lembrar de”, “esquecer” e “esquecer de”

Se o verbo estiver com um pronome antes ou depois (“esquecer-se”, “me lembrar”, “lembrar-lhe”), você precisa usar “de”:

Lembre-se de que eu estou aqui.

Me esqueci de que você estava lá.

Homem olhado para computador pensando. Imagem ilustrativa texto erros de Português.

Se não tiver pronome, o “de” não é necessário:

Lembre que eu estou aqui.

Esqueci que você estava lá.

25. “Mais” e “maiores”

A palavra “maior” é usada para mensurar tamanho e peso, e não quantidade. Portanto, se você está falando sobre aumentar os detalhes a respeito de alguma coisa, o correto é “mais informações”, e não “maiores informações”.

26. Maiúscula e minúscula depois de dois pontos

Note se o que vem depois dos dois pontos é uma continuação ou explicação da frase. Se for, o certo é usar minúscula. Agora, se o que vem depois dos dois pontos é uma citação fechada, o correto é usar maiúscula:

Ela tinha um objetivo: estudar muito para poder trabalhar onde quisesse. Foi ela mesma quem disse: “Estudarei muito para poder trabalhar onde quiser.”

27. “Mantém” e “mantêm”

É o mesmo caso de “contém” e “contêm”, “tem” e “têm”, “vem” e “vêm”. Ou seja, o circunflexo aparece para que haja uma diferenciação no plural:

Ele me mantém aqui.

Eles me mantêm aqui.

28. “Mas” e “mais”

Duas palavras com grafia e sonoridade parecidas. Bem, o erro de Português aqui é bem óbvio, não é mesmo? Mesmo assim, é comum trocar a conjunção adversativa pelo advérbio de intensidade. Uma letrinha muda tudo.

29. “Mau” e “mal”

Muitas pessoas associam “mau” com falta de caráter e “mal” com doenças e desconfortos. No entanto, há vários casos em que não é bem isso o que acontece.

A verdade é que “mau” é um adjetivo, enquanto “mal” pode ser um advérbio ou substantivo. Na dúvida, é só transformar a palavra no antônimo e ver se não fica esquisito. O antônimo de “mau” é “bom”, e o de “mal” é bem”.

Como não existe “bem humor” nem “bom-humorado”, mas sim “bom humor” e “bem-humorado”, usamos “mau humor” e “mal-humorado”.

30. “Meio” e “meia”

Só podemos usar “meia”, fazendo concordância com um substantivo feminino, se estivermos falando de uma metade exata: “meia hora”, “meia xícara”, “meia entrada”.

Meia dúzia de ovos.

Se estivermos falando de “um pouco” ou “mais ou menos”, sempre usamos “meio”, no masculino, independentemente do adjetivo que vem depois: “meio cansada”, “meio aberta”.

Aliás, o certo é “meio-dia e meia” e não “meio-dia e meio”, já que estamos falando da metade de uma palavra oculta, que é “hora”.

31. “Na medida em que” e “à medida que”

Usamos “na medida em que” para falar de causa; é o mesmo que “porque”, “visto que” ou “pois”. “À medida que” indica progressão ou proporção. Note ainda que o “em” só aparece na primeira expressão:

Você precisa estudar Matemática na medida em que essa é a disciplina que tem mais dificuldade. À medida que estuda, entende melhor a matéria.

32. “Obrigado” e “obrigada”

Embora haja muitas mulheres que agradecem com “obrigado” por aí, essa forma não está certa. Mulheres dizem ou escrevem “obrigada” e só homens devem usar “obrigado”.

33. “Óculos”

Lembre-se: cada lente do dispositivo é um óculo. “Óculos” se refere ao par. Portanto a frase a seguir está incorreta:

Onde está o meu óculos?

O certo é:

Onde estão os meus óculos?

34. “Onde” e “aonde”

Mesmo sendo básico, é comum ver esse erro de Português em letras de música e até mesmo na fala de gente estudada.

“Aonde” é a junção da preposição “a” com “onde”, dando, assim, a ideia de movimento. Tem o mesmo sentido de “para onde”.

Então, enquanto “onde” dá a ideia de permanência e localização, “aonde” é usado com verbos que indicam deslocamento, como “ir”, “chegar” ou “levar”:

Sabe aonde vamos? Para o lugar onde nasci.

35. “Onde” e “em que”

Mulher pensativa usando celular. Imagem ilustrativa texto erros de Português.

“Em que” pode ser usado tanto para locais físicos como abstratos e temporais. Já “onde” só serve para o primeiro caso. Portanto, é errado dizer:

Nessa situação onde eu me encontro.

Nesse tempo onde tudo pode acontecer.

O certo, então, seria:

Nessa situação em que eu me encontro.

Nesse tempo em que tudo pode acontecer.

36. “Passo a passo”

Não existe “passo-a-passo” ou “passo à passo”. Assim como “dia a dia”, o certo é “passo a passo”, sem hífen ou crase.

37. Palavras compostas no plural

Muitos ficam na dúvida se só o primeiro elemento da palavra, o segundo ou os dois devem ir para o plural. Embora haja exceções, no geral, o que funciona é o seguinte:

Os dois são flexionados se ambos forem substantivos, ou então, um substantivo e um adjetivo (“criados-mudos”, “mestres-salas”, “carros-chefes”).

Se formar conjunto com um verbo, só o substantivo flexiona (“guarda-chuvas”, “porta-bandeiras”, “para-brisas”). Quando há uma preposição no meio, só a primeira palavra ganha o “s” (“pés de moleque”).

No caso dos adjetivos compostos, só o último elemento é flexionado (“político-sociais”, “luso-brasileiros”, “socioculturais”).

38. “Pode” e “pôde”

Muitos acabam ignorando o circunflexo quando escrevem o verbo “poder” na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito. Mesmo assim, o certo é:

Naquela ocasião, ele não pôde fazer isso.

39. “Por” e “pôr”

Você sabe que deve usar a preposição “por” em expressões como “por enquanto”, “por onde”, “por favor” e “por isso”. No entanto, não se esqueça de usar o acento diferencial no verbo “pôr”, que tem o mesmo sentido de “colocar”:

Vou pôr a comida na mesa.

Aliás, “pôr do sol” também tem circunflexo (e é sem hífen)!

40. Porcentagem

Gráfico pizza.

A frase abaixo está errada:

Apenas 10% das pessoas concorda.

Nesse caso, o substantivo vale mais do que o número. Portanto, se estiver no plural, o verbo também deve estar:

Apenas 10% das pessoas concordam.

Há exceção quando o número é menor de 2%:

Apenas 1,5% das pessoas concorda.

41. “Por que”, “porque”, “por quê” e “porquê”

Chegamos ao clássico! Normalmente, se diz que “por que”, separado, é usado ao se fazer uma pergunta e “porque”, junto, ao dar uma resposta.

No entanto, nem sempre é assim. Quando a expressão “por que” esconde a palavra “razão”, ela também pode vir em uma frase afirmativa.

Use “porque” sempre que puder substituir a palavra por “pois”. Já o “por quê”, com acento, é o mesmo que “por que”, mas só aparece no fim da oração. Até mesmo quando a frase só tem a expressão é usado “por quê”.

Finalmente, “porquê” é um substantivo que pode ser substituído pela palavra “motivo”:

Não fez isso por quê?

Qual é o porquê de você não ter feito isso?

Não sei por que não fiz isso.

Ele não fez porque não quis.

42. Redundância

O pleonasmo pode ser um recurso rico, mas, usado de forma não intencional, torna-se um vício de linguagem.

Usamos, sem perceber, em momentos que não cabem: “planejar antecipadamente”, “encarar de frente”, “elo de ligação”, “conclusão final”, “outra alternativa”, “fato real”, “grande maioria”, “certeza absoluta” etc.

Por acaso existe “encarar de costas”, “fato fictício” ou “pequena maioria”?

43. Sigla

Mesmo que não haja normas rígidas, você pode tomar como base algumas comuns à maioria dos manuais de redação.

Participantes do Enem.

Com até três letras, todas as iniciais são maiúsculas (“CPF”, “ONU”, “TV”, “TI”). A partir de quatro letras, a regra permanece se não formar palavra pronunciável (“UFMG”, “FNLIJ”). Se formar sílabas, só a inicial é maiúscula (“Enem”, “Ipea”).

Ah, também não se usa mais pontos depois de cada letra nem apóstrofe quando a sigla está no plural. Assim, fica “CPFs”, “TVs”.

44. “Tem” e “têm”

As duas formas têm o mesmo som e o mesmo sentido. No entanto, quando estamos escrevendo no singular, o certo é “tem”, sem circunflexo, e, no plural, “têm”, com o sinal:

Ele tem muitas coisas.

Eles têm muitas coisas.

45. “Trás” e “traz”

Esse é mais um daqueles casos que, embora não cause problemas na fala, muitos acabam trocando um pelo outro na hora de escrever.

Para não se confundir, é só se lembrar dos sentidos de cada palavra. “Trás” indica um lugar ou posição. É o mesmo que “atrás”, “detrás”, “após”. “Traz” vem de “trazer”:

Ele sempre traz as compras no carro e as coloca no banco de trás.

46. “Um dos que”

A frase a seguir está incorreta:

Ele é um dos que mais se destaca.

Ao usar “um dos que” para fazer comparação a um conjunto, o correto é usar o plural:

Ele é um dos que mais se destacam.

47. “Vem” e “vêm”

É o mesmo caso de “tem” e “têm”. O singular não possui circunflexo, mas o plural sim:

Ele vem de longe.

Eles vêm de longe.

48. “Viagem” e “viajem”

As duas formas estão corretas, porém, usadas em situações diferentes. Uma é substantivo e a outra é verbo:

Quero que eles viajem para a praia. E que aproveitem muito essa viagem!

49. Vírgula entre sujeito e predicado

A seguinte frase está errada:

Você e seus amigos, devem sair daqui agora mesmo!

Por mais longo que seja o sujeito, você não deve separá-lo do predicado com uma vírgula:

Você e seus amigos devem sair daqui agora mesmo!

Mulher escrevendo. Imagem ilustrativa texto erros de Português.

Só se usa vírgula para separar sujeito e predicado quando, entre os dois, há um aposto, vocativo ou explicação. Ou seja, um trecho que, se fosse retirado, não deixaria a frase sem sentido:

Eu, marinheiro de primeira viagem, me aventurava no exterior.

Eu, que era marinheiro de primeira viagem, me aventurava no exterior.

Eu me aventurava no exterior.

50. “Você” e “te”

Muitas pessoas não fazem ideia, mas usar “te” para alguém que não tratamos como “tu” é um erro de Português. Lembre-se: “você” é um pronome de tratamento e está na terceira pessoa. Portanto, é errado dizer:

Você quer que eu te diga?

O certo é:

Você quer que eu o diga?

Ah sim, tenha cuidado ao escrever um bilhetinho romântico finalizando com “eu te amo” se, na mesma frase, a pessoa sortuda foi chamada de “você”. Então, não escreva:

Você é especial para mim e eu te amo.

Prefira algo como:

Você é especial para mim. Amo você.

Baixe agora o guia com os erros de Português para não errar mais

Ufa! E aí, se identificou com alguns dos equívocos citados aí acima? Se sim, tudo bem. Até mesmo aqui no site sempre aparecem palavras e frases que precisam de revisão. Aliás, pode nos avisar sempre que percebê-las.

Baixe o nosso guia com os erros de Português ou salve esta página entre as suas favoritas. Assim, você fica com as opções de imprimir ou de voltar aqui, dar um “Ctrl + F” e fazer uma consulta rápida sempre que precisar.