Bem, eu já começo este texto dizendo que você, provavelmente, já fez várias leituras profundas na vida. Como o termo sugere, uma leitura profunda, ou leitura lenta, é mais do que colher informações de um texto.
Na maioria das vezes, ela é feita de forma involuntária. Ou seja, é movida apenas pelo interesse, pela vontade de se aprofundar em determinado tópico. Na verdade, é isso que torna uma leitura mais valorosa e impactante.
No entanto, tem sido cada vez mais raro. Estudos mostram que o tempo gasto com textos mais longos tem diminuído. Afinal, a proliferação das mídias digitais modificaram a forma como as pessoas consomem literatura.
A leitura está se tornando mais intermitente e fragmentada. Atualmente, as pessoas leem cerca de 100 mil palavras por dia. Para absorver essa quantidade de informações, a tendência é que as leituras sejam superficiais.
Quais as vantagens das leituras profundas para o cérebro?
Durante as leituras profundas, os leitores fazem analogias e inferências no texto. Todos os gêneros textuais permitem leituras profundas, até mesmo a não-ficção.
A ficção, por sua vez, transforma os leitores em pessoas mais empáticas e socialmente habilidosas. Romances informam e motivam, poesias estimulam a memória, contos confortam e convidam à reflexão, e por aí vai…
Mas, para que isso ocorra, é necessário sair da superficialidade e exercitar o córtex cerebral. Especialistas dizem que as leituras profundas mudam o cérebro – literalmente!
Ao ler devagar e reflexivamente, os sinais passam a percorrer no cérebro por caminhos diferentes. Assim, são feitas novas conexões entre as regiões responsáveis pela linguagem, pela visão, pelo pensamento e pela emoção.
Esses novos caminhos são mais rápidos e eficientes. Portanto, gastam menos energia do cérebro, que pode se ocupar de pensamentos mais complexos.
Os leitores que têm esse hábito também têm mais facilidade para discernir padrões. Com isso, desenvolvem o pensamento analítico, crítico e empático.
Além disso, o cérebro entra em um estado meditativo durante as leituras profundas. Ou seja, o leitor entra em um processo físico que retarda o batimento cardíaco, acalma e reduz a ansiedade.
Veja 5 dicas para que suas leituras sejam mais profundas
Muitos livros não são escritos para leituras rápidas e têm textos que “devoram” a mente dos leitores. Portanto, não apresse a leitura só para ter a sensação de “dever cumprido”. Confira algumas sugestões.
1. Reflita sobre o que você lê
Se um capítulo ou passagem te confunde ou convida a uma reflexão sobre os significados das palavras e frases escolhidas, pare! Permita-se pensar um pouco, para obter o valor máximo que o texto pode te oferecer.
2. Releia trechos mais complexos
Quase sempre, são necessárias algumas releituras para conseguir captar alguns detalhes que passaram despercebidos na primeira vez. Isso pode acontecer, inclusive, com seus livros favoritos.
3. Faça anotações
Tenha um caderninho para acompanhar a leitura. Se você não se importar, faça anotações e grife trechos no próprio livro. Assim, você organizará os tópicos em que precisa pensar e as ideias nas quais quer voltar.
4. Leia vários livros sobre temas semelhantes
Combine a leitura de vários livros sobre o mesmo assunto ou que aborde tópicos similares. Por exemplo, os livros que fazem parte de uma série ou outros relacionados àquele universo.
5. Prefira os livros físicos
Os livros impressos possibilitam leituras mais focadas e ativam a memória pelo tato. As ferramentas de pesquisa das mídias digitais fazem com que os leitores encontrem somente o que procuram e não as ideias completas dos autores.
Com isso, podemos concluir que a forma como lemos é tão (ou mais) importante quanto a quantidade ou até mesmo o próprio conteúdo.
Você tem outras sugestões para quem quer fazer uma leituras mais profundas? Use a caixa de comentários aí abaixo e conte o que você faz. Nunca é demais receber esse tipo de dicas.