Lelis nasceu em Montes Claros, no sertão mineiro. Ele é, sem dúvida, um dos maiores talentos das artes visuais que temos em atividade em nosso país. E olha que o Brasil tem muita gente boa!
Quando criança, adorava ir para a roça para montar cavalos. Além disso, vivia desenhando caubóis e jogadores de futebol. Aos 17 anos, começou a trabalhar em jornais da cidade, inicialmente, como auxiliar de repórter policial.
Depois, trabalhou como chargista e ilustrador no Estado de Minas, na Folha de São Paulo e no Estado de Minas de novo, onde está até hoje. Nesse tempo, fez álbuns de histórias em quadrinhos para editoras francesas e canadenses.
Aliás, Lelis foi convidado pelo governo da França para participar do Festival de Quadrinhos de Angoulême. Na Alemanha, foi convidado para participar da Feira do Livro de Frankfurt.
O encantador traço de Lelis na literatura infantojuvenil
Lelis não só ilustrou como também escreveu alguns livros premiados. Além disso, ganhou um prêmio Jabuti e mais alguns nos principais salões de humor do Brasil. Abaixo, confira alguns de seus principais trabalhos.
Hortência das tranças
Considerado Melhor Livro de Literatura Infantil no Prêmio Biblioteca Nacional, vencedor do Prêmio Guavira e finalista Infantil no Jabuti.
Além disso, recebeu o Selo Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e foi selecionado para o Catálogo de Bolonha.
Escrita e ilustrada por Lelis, nessa narrativa, acompanhamos a singela e determinada Hortência. Com sua mala carregada de livros, ela viaja e leva sua arte para lugares distantes e perdidos no tempo.
Em cada lugar em que chega, chama os ouvintes para conhecerem a palavra de Guimarães Rosa, Miguel de Cervantes e Monteiro Lobato. Assim, ela distribui sonhos e mostra como o fascínio pela literatura transforma as pessoas.
Reconexão
A cada dia, os computadores, celulares e as redes sociais transformam nossas vidas. Essas redes capturam, prendem nossos corpos e nos arrastam para a solidão.
O risco se alastra por todos os lares, no silêncio das luzinhas hipnóticas dos aparelhos eletrônicos. Essa, que é uma das maiores preocupações da atualidade, é o tema dessa história linda, escrita e ilustrada por Lelis.
A narrativa sugere que precisamos abrir outras janelas, como aquelas de Minas, presentes em tantos livros do autor. Elas nos convidam para a eterna rede social das amizades que se desenrolam ao ar livre no mundo real.
O livro foi indicado para o Clube de leitura dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU).
A cidade dos corações de corda, com Roberto de Freitas
É no coração que plantamos e cultivamos afetos, memórias e saudade. É com ele, acompanhando ou rivalizando com a razão, que fazemos escolhas e definimos que caminhos seguir.
Amor ou solidão? Tristeza ou alegria? Indignação ou calmaria? Indiferença ou compaixão? Sentir ou não sentir? Roberto de Freitas e Lelis nos presenteiam com uma narrativa que convida à reflexão sobre as nossas emoções.
Aquilo que não se vê, com Clovis Levi
O livro é, ao mesmo tempo, poético e calcado na realidade. Ele encanta com suas cenas tristes, alegres, trágicas e emocionantes. Aqui, as ilustrações de Lelis aguçam a imaginação e o olhar atento.
A obra fala das realidades difíceis e dos sonhos, fazendo-nos imaginar as inúmeras narrativas possíveis da vida. O texto de Clovis Levi, rico em entrelinhas, dialoga com outras artes, como a fotografia, o cinema e o teatro.
O trompetista na tempestade, com Alexandre Azevedo
O livro conta como um som de trompete emociona a todos que o percebem e se deixam fascinar pela música: “A cidade se ilumina como um palco de verdade. Toda ela enfeitada para receber o trompetista na tempestade…”
A chuva, que se transforma em tempestade, traz consigo o som. A partir daí, a poesia se espalha e vai impregnando tudo que aparece no caminho.
O gato e o Diabo, de James Joyce e traduzido por Leo Cunha
Devido à linguagem ousada, James Joyce (1882 – 1941) é considerado o maior expoente do romance moderno. Ele também escreveu para crianças, sobretudo nas cartas despretensiosas endereçadas a seu neto.
Esse livro, traduzido por Leo Cunha, nasceu de uma dessas cartas. Os cenários cinematográficos e os personagens caricaturais criados por Lelis parecem ter firmado um pacto de cumplicidade com o autor europeu.
Elegância no desenho é reflexo da personalidade de Lelis
Você pode conferir como Lelis domina de forma única composição e cor nas imagens que ilustram esta postagem. Quem o conhece sabe que elegância do traço não é nada mais que uma extensão de sua personalidade.
Segundo o escritor, ilustrador e cartunista Eloar Guazzelli, Lelis é “uma das pessoas de mais fino trato” que conhece.Sobre o talento do colega, Guazzelli declara:
“Um paisagista ímpar de cenários e costumes, que transita tranquilo entre linguagens do desenho e, ainda por cima, tem a fala tranquila de quem respeita as pessoas e sabe da vida.”
Se, assim como Lelis, você reconhece o valor do casamento perfeito entre texto e imagem, entre em contato. Juntos, vamos selecionar os melhores títulos para adotar em sua escola, biblioteca ou levar para casa!