Metodologia STEAM / STEM: a resposta para 5 perguntas

Bem, já começo explicando o que significa STEM. A sigla vem das seguintes palavras, em inglês: ciência, tecnologia, engenharia, matemática. No caso da metodologia STEAM, também entram aí as artes.

Por artes, entende-se: humanidades, linguagem, arquitetura, design, cinema, teatro, pintura, fotografia, música, dança, escultura, animação, literatura…

Então, podemos dizer que há, sim, uma diferença entre os dois termos. O STEM diz respeito à busca de como fazer algo, enquanto a metodologia STEAM quer saber o sentido e as consequências daquela atividade.

Em qualquer caso, o propósito é buscar estímulos e alternativas para a educação. Para isso, é preciso levar em consideração a autonomia, a interatividade e as habilidades de cada estudante.

1. Como a metodologia STEAM funciona?

A abordagem da metodologia STEAM é baseada em cinco fases: investigar, descobrir, conectar, criar e refletir. Ela pode ir desde brincadeiras na educação infantil até o desenvolvimento de projetos no ensino médio.

Esses projetos proporcionam a aprendizagem integrada. Ou seja, são multidisciplinares. Trata-se de desafios que convidam a participação de todos, em busca de um objetivo comum.

Um dos principais modelos é com oficinas em que um problema real é levado para a sala de aula. As turmas são divididas em equipes, que devem buscar soluções, geralmente, ligadas à matemática ou à linguagem de programação.

As equipes testam novos métodos e criam protótipos. Os debates desenvolvem a vivência e o pensamento científico de modo consciente, interpretativo, reflexivo, crítico e construtivo.

Essa dinâmica junta ideias que, aparentemente, estão desconectadas. Assim, os alunos conseguem enxergar melhor a conexão que existe entre o que é aprendido na escola e a aplicação útil no dia a dia.

Isso aumenta o protagonismo dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem, que se torna mais completo e eficiente, além de prazeroso.

Além disso, tanto alunos como professores têm um contato mais próximo com o que há de mais novo no universo das pesquisas.

2. Qual a diferença entre a metodologia STEAM e o ensino tradicional?

A metodologia STEAM surgiu nos Estados Unidos na década de 90. Naquela época, estava ocorrendo um crescente desinteresse nas áreas relacionadas às ciências exatas. Consequentemente, uma falta de profissionais qualificados.

Até hoje, o modelo de ensino é popular por lá, enquanto aqui no Brasil são poucas as escolas que o adotam.

O objetivo da metodologia STEAM é estimular o aprendizado, inclusive, naqueles campos que a maioria dos jovens acha difícil ou chato. Afinal, que aluno nunca perguntou: “Pra quê eu preciso saber disso?”

Todos sabemos que, no mundo real, os eventos não ocorrem isoladamente. É bom entender como eles estão ligados, além de saber usar a tecnologia de forma segura e proveitosa.

Muitos modelos antigos estão desconectados dos interesses e necessidades das crianças e jovens, que já dominam o uso de computadores e celulares. Além disso, não levam em consideração as particularidades de cada aluno.

Estou falando daqueles esquemas em que todos ficam sentados, em silêncio, só ouvindo. Os professores, por sua vez, ensinam as matérias separadamente, sem mostrar como elas estão relacionadas entre si e com a vida fora da escola.

3. Que diferenciais os estudantes terão no mercado de trabalho?

O mercado de trabalho já tem tanta gente qualificada, que apenas ter bons diplomas pode não ser suficiente. A metodologia STEAM ajuda a pensar “fora da caixa”, preparando para a vida em sociedade e para esse mercado.

As atividades são feitas em grupo, com divisão de tarefas. Além disso, os alunos recebem feedbacks e colaborações constantes, tanto dos professores como dos colegas.

Assim, eles vão assimilando o quanto é necessário ter empatia para que o grupo chegue a uma resposta. Isso também exercita a noção de cidadania e as habilidades socioemocionais.

São vários os casos de sucesso de pessoas que foram preparadas desde a infância. Na verdade, o desenvolvimento de algumas habilidades é obrigatório, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Entre as competências previstas, estão: criatividade, organização, raciocínio lógico, inovação, liderança, pensamento crítico, comunicação, colaboração, autonomia, adaptabilidade e flexibilidade.

4. Como fica a relação entre educadores e alunos na metodologia STEAM?

Na metodologia STEAM, os projetos são planejados e adaptados para que o conteúdo do currículo escolar seja visto na prática. Claro, é necessário que haja um preparo dos docentes para essa forma nova de abordagem.

Nela, os professores atuam como mentores e mediadores das equipes. As aulas são menos expositivas e o papel deles é mais participativo. A hierarquia se dá por reconhecimento, não por autoridade.

Em vez de darem respostas prontas, os professores apontam caminhos em aulas instigantes e criativas. Dessa forma, auxiliam e estimulam os alunos, que desenvolvem habilidades enquanto buscam informações e propõem ideias.

Para que isso ocorra, é preciso saber fazer questionamentos que sejam desafiadores, complexos e precisos. Os alunos, por sua vez, devem ser capazes de construir as próprias conclusões por meio de fatos e evidências.

Uma das grandes funções dos educadores na metodologia STEAM é ensinar sobre a importância de não desistir. Os alunos devem entender que os erros fazem parte do processo e também servem para adquirir conhecimentos.

Os próprios professores são beneficiados, uma vez que exploram melhor seu potencial e mantêm um relacionamento mais próximo com os estudantes.

5. É necessário que a escola se adapte?

A implementação da metodologia STEAM deve ser feita de forma gradual, com aulas experimentais. Para isso, é preciso ressignificar os espaços da escola e observar quais conceitos fazem parte do currículo escolar.

Sim, é ótimo ter salas de informática, usar plataformas on-line e programas que ajudam nos projetos. Também é bom poder experimentar e ver as soluções acontecendo em ambientes controlados, como laboratórios de química e física.

Mesmo assim, saiba que não é obrigatório fazer um alto investimento em equipamentos e ferramentas. Afinal, o foco da metodologia STEAM está muito mais relacionado à forma de ensino e à integração entre os profissionais.

A escola também pode realizar parcerias com instituições especializadas em ensino tecnológico. Assim, é possível garantir o suporte de profissionais qualificados para a implementação eficaz.

E então, será que a metodologia STEAM é adequada para a sua escola? Pense sobre isso e confira o site da Lê diariamente. Aqui, nós sempre temos conteúdos relevantes para a educação de crianças e jovens.