Provavelmente, você já sabe que a educação é uma das atividades que mais exigem trabalhar com a mente. Esse é apenas um dos motivos para nos atentarmos para a saúde mental de professores.
Para garantir a boa aprendizagem dos nossos jovens e crianças, é preciso, primeiramente, que os educadores estejam bem. Afinal, são eles que estão na linha de frente do ensino, tanto nas aulas on-line quanto nas presenciais.
Aqueles que se preocupam com a qualidade do trabalho podem acabar sobrecarregados. O desgaste na saúde mental de professores influencia na integridade emocional e física deles, o que também afeta o desempenho.
Como a pandemia afetou a saúde mental de professores?
Embora possa parecer o contrário, as aulas virtuais exigiram um ritmo de trabalho mais intenso. É só pensar na sobrecarga que a falta de um horário rigoroso de “bater ponto” gera.
Além disso, houve a urgência para a adaptação às ferramentas on-line sem a capacitação e os recursos necessários. Some aí também as cobranças dos pais e gestores, que passaram a acompanhar as aulas de perto.
Um estudo recente revelou que 57% dos educadores deseja apoio psicológico e emocional para lidar com os desafios impostos pelo “novo normal”. Mostrou também que 53% sente que os alunos estão desinteressados e desmotivados.
Claro, isso faz com que os professores sintam um desânimo igual para irem trabalhar. Tudo isso está na pesquisa Desafios e Perspectivas da Educação: uma visão dos professores durante a pandemia.
Questão de saúde mental de professores já é antiga
A verdade é que a educação sempre precisou se reinventar e a sobrecarga da saúde mental de professores não começou na pandemia. É isso que mostra um estudo de 2018, Sofrimento mental de professores do ensino público.
Esse trabalho, feito no Paraná, mostrou que 70% convive com ansiedade, 44% com depressão e 75% com outros distúrbios. Os sintomas encontrados foram mais frequentes entre as mulheres e aqueles que levam trabalho para casa.
Cresceram as funções delegadas aos professores, inclusive, com tarefas realizadas nas horas que deveriam ser de descanso. A desvalorização social ainda passa pelas condições de trabalho e pela remuneração.
Com a volta das aulas presenciais, veio a preocupação de garantir os protocolos de segurança e distanciamento entre os alunos. Diante das incertezas, surgem algumas emoções, como medo, ansiedade e estresse.
Confira 7 medidas para cuidar da saúde mental de professores
A saúde mental de professores deve ser vista como um assunto de saúde pública. Ou seja, é uma questão social, que demanda ações coletivas. Para isso, é importante dar atenção aos sinais de alerta e sempre buscar ajudar.
1. Oferecer apoio profissional
Felizmente, temos visto a desconstrução de tabus e preconceitos antigos em relação às doenças da mente a cada dia. No entanto, a sociedade ainda tem que avançar muito nesse sentido.
Sim, o apoio psicológico é importantíssimo! Ainda assim, é bom levar em conta que o atendimento posterior não é tão eficaz se as causas do sofrimento não forem solucionadas. Por isso, procure identificá-las e resolvê-las primeiro.
2. Ter organização
Há casos em que os educadores se sentem angustiados e sem esperança. Em outras palavras, “paralisados” e sem conseguir enxergar alternativas para os desafios diários da profissão.
Saiba que é normal não dar conta de tudo! Para evitar frustrações, o primeiro passo é ter todas as atribuições organizadas por escrito, além de estabelecer quais são as prioridades.
3. Ter uma rede de apoio
É importante manter um canal de comunicação aberto entre todos os profissionais. Então, crie oportunidades para oficinas, eventos e reuniões em que os professores possam se expressar.
Essas são ocasiões em que é bem provável que um colega descubra outro que passa pelas mesmas dificuldades. Isso facilita que uma pessoa encontre ajuda e também possa oferecê-la sempre que tiver possibilidade.
4. Estimular atividades físicas
Para ajudar a garantir a saúde mental de professores, uma medida que não é segredo para ninguém é investir no bem-estar físico e socioemocional.
Isso pode ser alcançado facilmente com caminhada, bicicleta, prática de esportes, relaxamento, dança, pilates, meditação e ioga. Feitas em conjunto, essas atividades ainda promovem o convívio saudável entre os colegas.
5. Dialogar abertamente com as famílias
Procure humanizar suas relações com a comunidade escolar. Para isso, você deve buscar fortalecer o diálogo nos conselhos de classe e nos encontros com os pais.
Essa é uma postura para alinhar melhor as expectativas e os objetivos de todos: educadores, alunos e famílias.
6. Respeitar o descanso
As famílias e os gestores têm direito de cobrar, mas devem respeitar o espaço dos professores. Então, deixe claro para todos em quais horários cada professor estará disponível para conversar com os alunos e as famílias.
Não é só isso! Ao longo do dia, é recomendado fazer pausas de 15 minutos para respirar e alongar o corpo.
7. Oferecer capacitação
Você já sabe que os profissionais de educação precisam se atualizar constantemente. Algo que parece pequeno, mas afeta muito a saúde mental de professores é o estresse causado pelas dificuldades com algumas ferramentas.
Além da capacitação, é importante oferecer ferramentas adequadas, tanto no ensino remoto quanto no presencial. No caso das aulas on-line, é importante que os profissionais tenham ajuda com os custos de energia e Internet.
Busque as melhores maneiras de cuidar da saúde mental de professores
Aqui, você viu apenas algumas ideias. Lembre-se de que não existe “receita de bolo”. Afinal, cada indivíduo vive uma realidade, e o que serve para um não necessariamente vai funcionar para o outro.
Você enxerga a importância de cuidar da saúde mental de professores? Então, acompanhe o site da Lê diariamente. Aqui, sempre trazemos temas que interessam a todos que se dedicam ao futuro dos nossos jovens e crianças.