A animação é fascinante, não é? São muitas as pessoas que já pensaram em fazer parte desse universo. É o seu caso? Parece ser tão divertido… e é mesmo! Hoje, você conhecerá o flip book e vai aprender a fazer um.
Traduzindo do inglês, flip quer dizer “virar” e book, “livro”. Outros nomes da técnica refletem o efeito desejado: cinema de bolso, cinema de polegar, livro animado ou livro-filme.
Trata-se de um livreto que traz um efeito ótico de animação, com base em imagens organizadas em sequência. Essas imagens mudam gradualmente de uma página para outra, criando a ilusão de movimento ou transformação.
A animação pode ser ilustrada ou usar fotografias, direcionada para os públicos infantil e adulto. Normalmente, o leitor (sim, leitor!) segura o livro e, com o polegar da outra mão, folheia rapidamente, no sentido oposto ao normal.
Conheça um pouquinho da história dessa técnica
A verdade é que, na Era Medieval, já haviam livros com ilustrações sequenciais. Elas eram enquadradas de forma semelhante, com intervalos curtos entre os estágios da ação.
Ainda assim, não podiam simular um movimento fluido. Afinal, o povo daquela época não tinha muito desenvolvida a noção de intervalos de tempo menores de um segundo.
O flip book foi criado na Inglaterra em 1868 e se tornou muito popular. John Barnes Linnett, seu inventor, teve o cuidado de patenteá-lo. Inicialmente, chamou sua invenção de kineograph (algo como “cineógrafo”).
A novidade substituía a sequência circular de outros aparelhos óticos, como o fenacistiscópio e o zootrópio, além de oferecer mais possibilidades.
O próprio criador de um dos primeiros modelos de projetores para o cinema, Max Skladanowsky, já exibia suas imagens fotográficas em forma de flip book.
Em 1894, o mutoscópio exibia as imagens de flip books de forma mecânica. As páginas não eram encadernadas, mas sim montadas em um cilindro giratório.
Essa máquina ficou muito popular em parques de diversão e, para ver a animação, as crianças precisavam colocar uma moeda.
Já o filoscópio, de 1897, era menor e vinha em um suporte de metal, para que as crianças brincassem de cineminha em casa.
Como você viu, o flip book teve um papel importante na criação do cinema. Ainda hoje, há grandes estúdios de animação que utilizam ou simulam a técnica para obter um efeito interessante.
Como fazer um flip book em casa?
Se você usar folhas pequenas, como as de um caderninho de bolso ou um bloquinho, conseguirá virar as páginas mais facilmente e na velocidade ideal.
É importante que não a capa não seja grossa, mas que o suporte para unir as páginas seja rígido. Você também pode grampear várias folhas, desde que sejam do mesmo tamanho e estejam alinhadas.
Procure desenhar mais ou menos do meio da página até a borda. O que estiver perto da união entre as páginas é mais difícil de ver.
Faça a primeira ilustração na última folha e vá seguindo a ordem inversa para as seguintes. Para que você consiga ver o desenho da página de baixo e usá-lo como base, as folhas devem ser finas. No entanto, evite papéis vegetais.
Conte quantas páginas vai usar e faça antes uma divisão do que você quer que aconteça dentro de cada quadro-chave. Daí, é só desenhar os caminhos ou transformações que levam um quadro-chave ao outro.
É normal que, a princípio, os intervalos entre os quadros não estejam proporcionais. Mesmo assim, quanto mais você praticar, maior ficará sua noção de fluidez. Para treinar, faça esboços (com bonecos palito, por exemplo).
Por isso, procure ter disponíveis um número maior de folhas do que as que você pretende usar na animação final. A repetição torna essa em uma excelente forma de aperfeiçoar a sua habilidade de desenhar!
Faça os primeiros desenhos a lápis, sem fazer muita força no papel, e borracha. Se quiser colorir ou passar à caneta, só faça depois de ter a certeza de que todos os desenhos estão prontos.
Quer ver um flip book surpreendente? Conheça Metamorfoses
Alguns livros não são exclusivamente flip books. Há casos em que os desenhos funcionam como recursos adicionais, aparecendo nos cantos das páginas para complementar narrativas.
Em outros casos, os desenhos são mais elaborados e aparecem entre os textos, com um efeito impressionante. É o caso de Metamorfoses, que possui o projeto gráfico e ilustrações feitos por Raquel Matsushita e Salmo Dansa. Confira o trailer do livro.
Cadastre-se no Portal do Educador e confira a obra na íntegra! Claro, não é o mesmo de ter o livro físico nas mãos, mas você poderá avaliá-lo antes de levar para a biblioteca, para a sala de aula ou para casa.