A cultura brasileira é riquíssima, você concorda? É normal que um país tão grande como o nosso possua múltiplas identidades. São vários “brasis”. Com isso, surgem muitas brincadeiras com nomes diferentes.
Elas fazem parte do folclore e se popularizaram por aqui devido a influências europeias, africanas, norte-americanas e asiáticas.
Ao longo do tempo, uma pessoa transmite para a outra por meio da fala, informalmente. Assim, detalhes acabaram passando por alterações e adaptações, de acordo com os hábitos e a realidade de cada um.
Além dos nomes, há variações quanto à forma de jogar, as regras, a quantidade de jogadores e os materiais utilizados. A seguir, confira alguns exemplos.
1. Amarelinha, maré, sapata, macaca, avião, academia, xadrez, casco
Além dos nomes para a brincadeira, há variações para as partes. A área em que é permitido se equilibrar sobre os dois pés pode se chamar “braços” ou “asas”. Cada parte numerada pode ser uma “casa” ou “quadrado”.
Talvez, “inferno” seja inapropriado para uma parte de um jogo infantil. Por isso, na extremidade pode estar escrito “início”, “Terra”, “pescoço” ou, simplesmente, ficar sem nome. A outra ponta pode ser a “Lua” ou a “cabeça”.
2. Amigo oculto pirata, amigo ladrão, elefante branco
Nessa variação do tradicional “amigo oculto”, “amigo secreto” ou “amigo X”, um jogador pode “roubar” o presente dos outros. Nas festas de fim de ano, há grupos que preferem fazer essa brincadeira, surgida lá na América do Norte.
Quem começa tem a opção de ir por último ou manter seu presente. Quase sempre, os presentes são baratos, usados ou engraçados. A expressão “elefante branco” serve para coisas que são mais caras do que úteis.
3. Bat bag, bate-bate, bate-bolas, tec-tec, bolimbolacho
Algumas brincadeiras, mesmo com nomes diferentes, voltam de tempos e tempos e fazem o maior sucesso entre as crianças. O brinquedo em questão é aquele com duas bolinhas de plástico, presas por uma cordinha.
Para funcionar, a cordinha deve estar perfeitamente alinhada. O jogador segura o conjunto por uma anilha ou arruela e tenta sincronizar a batida. Assim, as bolinhas batem em cima e embaixo, fazendo o barulho “tec tec tec tec”.
4. Bilboquê, biloquê, emboca-bola
O nome vem do francês “bilboquet”. “Bille” pode ser traduzido como “pequeno bastão” ou “bola de gude”. Porém, “bilbo” era uma espécie de algema usada nos pés dos prisioneiros. Bilbao, na Espanha, é famosa por fabricar espadas.
Há registros em pinturas e escritos que datam do século XVI. Na maioria dos países latino-americanos, as crianças costumam chamar de “balero”. No Japão, um brinquedo muito parecido é chamado de “kendama”.
5. Bobinho, rodinha de bobo, peru
A brincadeira pode aparece casualmente em quadras, praias e parques, mas também como aquecimento antes do futebol, inclusive o profissional. Nela, um grupo de jogadores forma um círculo, com um deles no centro.
Os que estão em torno tocam a bola entre si, e o que está no meio tenta pegá-la. Se conseguir, quem tocou a bola por último vira o novo “bobinho” ou “peru”. Em alguns locais, o bobinho fica mais uma rodada se levar uma “caneta”.
6. Cinco marias, três marias, jogo do osso, bato, bugalha, belisca
Os dois últimos nomes são usados em partes do interior de São Paulo. De origem pré-histórica, pode ser jogado de diversas maneiras. A mais comum é reunir amigos para jogar pedrinhas ou saquinhos de areia para o ar.
Antes que caia no chão, eles tentam pegar outra peça. Ganha quem conseguir pegar mais. Também podem ser usados ossos, sementes ou caroços. Reis costumavam jogar com âmbar, marfim, pepitas de ouro e pedras preciosas.
7. Ciranda, ciranda-cirandinha, roda-roda, brincadeira de roda
A tradição popularizou-se, primeiramente, em Pernambuco. As mulheres dos pescadores aguardavam seus maridos voltarem do mar. Enquanto isso, dançavam em roda e cantavam em um ritmo lento e repetido.
Com o tempo, a dança foi se transformando em brincadeiras com nomes diferentes. As letras das canções também podem mudar não só de acordo com a região, mas também para se adaptar a diferentes situações.
8. Pega-pega, pira, nega, picula, trisca, manja
Entre as brincadeiras de pegar, há variações, com nomes diferentes. Por exemplo, “pique-altinho”, “rei e ladrão”, “rio vermelho”, “pique-pega do Saci”, “polícia e ladrão”, “mãe da rua”, “cada macaco no seu galho” e “pega-chiclete”.
O pegador pode ser chamado de “pega”, “polícia”, “zumbi”, “gato”, “velociraptor” ou “bruxa”. Os fugitivos podem ser “ladrão”, “rato” ou “galinha”. É comum que haja um pique, comando ou posição em que todos ficam a salvo do pegador.
9. Pipa, papagaio, piposa, cafifa, quadrado, arraia, curiquinha
Você sabia que esse é um brinquedo milenar, criado na China? Inicialmente, servia como uma forma de sinalizar e enviar mensagens, já que dá para ver os desenhos e os movimentos a longas distâncias.
Além dos citados acima, há nomes específicos para certos tipos ou formatos. O “morcego” é a pipa retangular, não totalmente encapada e sem rabiola. Já a pipa em formato de losango e com rabiola recebe o nome de “peixinho”.
10. Caçapinha, buracão, fubeca, peteleco, barroca
Todos esses são nomes do jogo de rolar bolinhas de gude no chão, em um espaço limitado por um círculo, um triângulo ou um retângulo. O objetivo pode ser acertar as bolinhas adversárias, colocar ou tirá-las do buraco.
Uma unanimidade em quase todas as modalidades é a conquista das bolinhas dos adversários. Aliás, as próprias esferas de vidro colorido ou transparente podem ter nomes variados. Alguns deles são “bila”, “peteca”, “bolita” e “bulita”.
Você conhece mais brincadeiras com nomes diferentes?
Bem, essas foram só algumas brincadeiras com nomes diferentes em cada região do Brasil. Tem alguma que você brincava e não citei aqui? Então, use a caixinha de comentários aí embaixo e me conte. Estou anotando!