Além das palavras, a leitura das imagens é essencial e, na literatura infantil, ela desempenha um papel ainda mais especial. Por isso, é importante que existam autores como Silvana de Menezes.
A autora está sempre correndo os riscos da arte, seja nas letras ou nos traços. Sua sensibilidade é tão apurada que ela é capaz de criar narrativas estimulantes, usando somente imagens.
Além disso, a artista se arrisca em temáticas contemporâneas e perturbadoras, sem nunca perder o bom humor. Todo o caminho que percorreu foi na busca da humanização. Conheça agora um pouco dessa trajetória tão inspiradora.
Caminho de Silvana de Menezes na arte
Quando criança, Silvana quis ser várias coisas, mas sempre soube que o seu caminho seria o da arte. Só não sabia se a sua especialidade seria a escrita, o desenho, o cinema ou a escultura.
Em Belo Horizonte, formou-se em Belas Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e habilitou-se em Cinema de Animação. Isso permitiu desenvolver seu trabalho como artista plástica, cineasta, cenógrafa e roteirista.
A artista conta que tem uma necessidade vital de fazer e produzir. E não para por aí:
“Sou mãe de família, sou filha. Sou boa, sou má. Sou velha, sou criança. Sou alegre, sou triste. Sou tudo, sou nada. Sou uma metamorfose ambulante. Sou, e daí? O bom de ser é que a gente sempre está. O bom de viver é que a gente sempre pode mudar…”
Além do cinema e do teatro, aqui damos destaque, claro, para a atuação na literatura infantojuvenil. São mais de 40 obras como escritora e ilustradora, inclusive, com traduções no México, Coreia do Sul e China.
Entre suas fontes de inspiração na literatura, ela afirma que a maior delas é o leitor. Conheça alguns de seus trabalhos para o Grupo Lê.
Meninas, bah!
Um menino conta sobre a chegada da irmãzinha e as dificuldades de reconhecê-la como amiga. Com o tempo, entende como as diferenças não impedem o amor. Abaixo, o curta Mulheres, bah!, adaptação lusitana do livro.
Comédias e tragédias da vida privada de uma criança
A lógica infantil é mesmo surpreendente, não é? Nessa coletânea de contos, Silvana de Menezes explora as interpretações, experiências e descobertas vividas diariamente pelas crianças.
Raul e o baú do vovô
Uma história de cumplicidade entre avô e neto. Embalado pelas histórias mirabolantes contadas pelo avô, Raul segue as pistas de um mapa do tesouro. Vamos com ele desvendar esse mistério?
Coleção Curtas do Lelé
Ao longo das páginas desses livros, as traquinagens as situações vividas por Lelé são mostradas na forma de storyboard.
Descubra se a cor amarelinha vai dar galo ou galinha em O pintinho do Lelé. Em O vaga-lume, pedacinhos de estrelas caem do céu em forma de bicho. Já Mundo cão é para quem ama seu cachorro como se fosse gente.
Coleção FilosofArte
Os pensadores conhecidos e importantes da história da humanidade aparecem como personagens dessa série de ficção filosófica.
Em sua versão para O banquete, de Platão, Silvana de Menezes insere uma menina de 13 anos. Travestida de menino, ela testemunha a famosa discussão dos filósofos da Grécia Antiga sobre sentimentos como o amor e o ódio.
O coração escuta pela boca mergulha no surgimento da psicanálise por meio da biografia do seu mais importante fundador. Freud ousou penetrar e explicar o misterioso mundo do que nos vai por dentro, e o fez com maestria.
Tycho, Kepler e Galileu olharam para o céu e foram iluminados pelo brilho das estrelas. Em Ora! Direis ouvir estrelas?, conheça as descobertas daqueles que mudaram a concepção de todo o universo.
Coleção Politicamente Incorretos
Livros que convidam a descobrir e experimentar vivências alheias. Eles apontam as mazelas humanas, mas sem perder a imaginação e os sonhos.
Em Signo de câncer, um casal de adolescentes tem uma relação complicada. Júlia depende de uma doação de medula. Lucas aprende a sobreviver ao medo da morte, sem se dar conta das inúmeras perdas a sua volta.
No ganhador do Jabuti Tão longe… tão perto, acompanhamos uma avó com Alzheimer, seu neto de dez anos, uma empregada e sua bebê. Com o passar do tempo, a avó se esquece de todos, menos da bebê, que considera “sua”.
Coleção Recontos de Imagem
Releituras bem-humoradas com imagens em que aparecem personagens e situações parecidas com as de contos de fadas famosos.
Em Joana e o pé de feijão, uma menina escala uma planta enorme até chegar no castelo que está acima das nuvens. Um boneco de madeira recebe a visita da fada madrinha e se torna um menino de verdade em Finóquio.
As versões alternativas de Chapeuzinho Vermelho e do Lobo Mau estão em Cabelinho Vemelho e o Lobo Bobo e Bonezinho Xadrez X Cabelinho Vermelho.
Coleção Arquitetos do Universo
Divertidas biografias ficcionais de personalidades do século XX. Suas invenções deixaram um legado que foi além dos simples devaneios e paixões.
O cinematógrafo possibilitou ao homem ser eternizado nas imagens em movimento. Seus criadores eram unidos e impulsionados pelo fascínio e pela amizade. Em E a luz se fez…, conheça os irmãos Lumière e sua invenção.
Coco Chanel simboliza um estilo onde classe e elegância são fundamentais à mulher. Em Pontinho por pontinho, acompanhe sua trajetória desde a infância e adolescência em orfanatos até se tornar uma das maiores estilistas do mundo.
Arquiteto revolucionário, Antoni Gaudí supera a infância cheia de limitações. Ele se torna famoso por provar que estilos diferentes podem se misturar e trazer uma beleza autêntica e tem sua vida retratada em O sonho concreto.
Parcerias de Silvana de Menezes como ilustradora
Em suas ilustrações, a artista explora o desenho, a aquarela, a colagem, a pintura, a escultura e até mesmo os recursos digitais. Seu estilo é tão marcante que é frequentemente convidada para ilustrar obras de outros autores.
Ela acredita que o ilustrador precisa dominar algumas habilidades técnicas, mas o mais importante é “sonhar a palavra”. Sobre a arte do desenho, ela declara: “Se desenhar é correr um risco, arrisco.”
A menina que engarrafava nuvens é uma parceria com Tânia Costa Garcia. Seu trabalho aparece até mesmo em livros didáticos e paradidáticos, como História de Belo Horizonte e Histórias da Região Metropolitana do Vale do Aço.
Com Tadeu Sarmento, criou Sundiata – O filho de Sogolon e O gato da árvore dos desejos. Abaixo, confira uma entrevista que fizemos com ela no lançamento desse livro.
Silvana de Menezes ilustra ainda algumas coletâneas poéticas: Asa de passarinho e Garimpo, de Líria Porto, Mineragem, de Libério Neves, e Cotidiano, paixões e outros flashes, de Luís Dill.
Seus trabalho de colagem pode ser visto em Histórias de um professor de História, de Ronald Claver. Sobre essa forma de arte, ela parafraseia Henri Matisse: “A colagem é a única forma de acalmar a prepotência do artista.”
Conheça mais do trabalho de Silvana de Menezes
Para saber mais sobre a obra de Silvana de Menezes e de outros talentos que compõem o catálogo da Lê, entre em contato. Juntos, vamos escolher o melhor para a biblioteca da sua escola, para a sala de aula ou para levar para casa.