Temas sensíveis em 20 livros infantis. Confira a nossa lista

Criança escondida atrás das folhas da árvore. O gato da árvore dos desejos 23. Imagem ilustrativa texto temas sensíveis.

Enquanto a criança cresce, muitas coisas tristes acontecem ao seu redor, envolvendo pessoas que ama e até mesmo diretamente com ela. Com isso, muitos adultos fazem de tudo para protegê-la de temas sensíveis.

Sem saber o que fazer, alguns desviam a conversa, fingem que não aconteceu nada ou pior: mentem. Saiba que a literatura pode ser uma aliada para dar força e ajudar a criança a encontrar as respostas que procura.

As histórias possibilitam que ela se veja no lugar do outro. De certo modo, proporcionam experiências mais ricas do que muitos casos reais. Afinal, a ficção cria um ambiente seguro, facilitando o caminho para um diálogo honesto.

Dá para tratar com o público infantil sobre de todo tipo de temas sensíveis: morte, violência, solidão, preconceito, abandono, separação, abuso e outras questões emocionais e sociais. Veja as sugestões que separamos a seguir.

Capa O gato da árvore dos desejos

1. Diferentes formas de abuso

É preciso dar voz às crianças sobre as diferentes formas de abuso, e o assunto deve ser tratado de forma honesta. O gato da árvore dos desejos consegue fazer isso ao mesmo tempo em que o texto é lúdico e estimula a imaginação.

Fugindo dos cachorros, um gato sobe em uma árvore e nunca mais desce. Lá em cima, conhece uma menina que também sabe se equilibrar em galhos e se esconde para fugir de algo. Ele precisa superar seu medo para salvar a amiga.

Ainda uma flor resta.

2. Perda da liberdade de respirar

Imagine um dia a Amazônia virar um grande deserto e as pessoas perderem o privilégio de respirar livremente. Imagine ter de andar por aí com um pequeno cilindro de oxigênio, como se fosse um acessório da moda.

O livro Ainda uma flor resta também faz menção ao Holocausto e à escravidão, outros temas relacionados à falta de liberdade. Ainda assim, ao mesmo tempo em que é impactante e cria temor, a obra traz um grito de esperança.

Capa Meu pai, minha rocha.

3. Ausência de um modelo paterno

Todo mundo precisa de alguém para dar carinho e coragem, em qualquer fase da vida. Ainda assim, Meu pai, minha rocha mostra como é perfeitamente possível dar uma boa criação, mesmo sem ter um modelo para se inspirar.

Na história, nem filho nem pai conhecem o avô. Com a sinceridade inocente típica das crianças, o menino imagina o que diria se pudesse encontrá-lo. Ao imaginar sua futura família, pensa em que tipo de pai ele será.

Livro Tia Vilma.

4. Preconceito que persiste nos dias atuais

Uma professora muito especial é descrita sutilmente em meio aos fragmentos das conversas dos adultos. Assim, um leitor mais desatento pode terminar o livro sem perceber as pistas da narrativa sobre suas características físicas.

Por isso, Tia Vilma é muito mais do que um convite à reflexão sobre o respeito e a aceitação das pessoas consideradas “diferentes”. Esse é um livro que valoriza os professores, a escola, a criatividade, a pureza e o mundo das letras.

Capa do livro A menina e o camaleão.

5. Diferenças entre os tons de pele das pessoas

Em um acampamento, uma menina sai para passear e encontra um camaleão no caminho. Os dois falam sobre as dúvidas que têm. Ele pergunta qual é a cor da menina, e ela responde que tem várias delas em seu corpo.

No fim, acabam brincando como velhos amigos. É dessa forma delicada e poética que A menina e o camaleão fala de cores, identidade e diferenças. O livro convida os pequenos leitores a refletirem: será que a cor da pele importa?

Livro O menino e a flor

6. Masculinidade tóxica

A sensibilidade e a delicadeza fazem parte da essência humana, não apenas do universo feminino. O livro O menino e a flor é indicado não só para as crianças, mas para todos que já foram reprimidos por algo que gostam.

Conheça uma criança que adora as coisas pequenas e belas da vida. O pai, no entanto, sempre o repreende, dizendo que é preciso “ser macho”. Com isso, o menino passa anos sem cantar, dançar, pintar, colher flores… e sem sorrir.

Livro Aquilo que não se vê

7. Dura realidade de pessoas que vivem na miséria

Ao mesmo tempo em que toca em assuntos sérios, Aquilo que não se vê conta com o humor, a ironia e a personificação de seres inanimados. Logo no início do livro, temos um retrato de um grupo cheio de expectativas.

Apesar das mazelas do cotidiano, todos eles sonham com um futuro melhor. O tempo passa e a realidade é bem diferente. Depois do fim da história, uma outra foto hipotética acena ao leitor outras possibilidades.

Capa do livro Há um sol na solidão de Eduarda.

8. Solidão na infância e na velhice

Infância não é sinônimo de alegria. Velhice não é sinônimo de solidão. A felicidade e a tristeza estão na vida de pessoas de qualquer idade. Há um sol na solidão de Eduarda é um livro carregado de símbolos para os sentimentos.

Eduarda se sente triste e sozinha no dia do seu aniversário. Seu pensamento se reparte em comparações entre a infância e a velhice. Com a chegada da avó, um diálogo leva a menina a refletir. Um texto terno, honesto e revelador!

Capa do livro Leila.

9. Voz contra o assédio

Uma baleia-menina está nadando, até que um polvo chega com indiscrições. A baleia se sente esquisita e o polvo pede segredo. Depois de um tempo, eles se reencontram e a baleia reage, dizendo os “nãos” que havia engolido.

Com delicadeza, Leila alerta para o poder da voz, principalmente contra o assédio e a violência infantil. A ambientação do fundo do mar é usada para falar simbolicamente sobre o inconsciente e a força vital de cada um.

Livro Como natureza

10. Luto materno

Joaquim se encanta com a simplicidade e com a paisagem que o cerca. Ele sonha ter uma semente no umbigo, para que brote como raiz e vire árvore. No entanto, a mãe se entristece à medida que a saúde do filho se agrava.

Um dia, o desejo de Joaquim se realiza. Quando o ciclo natural da vida se inverte, a mãe planta uma semente e passa a visitar a árvore todas as tardes. Em Como natureza, um menino guarda dentro de si o segredo da vida.

Livro Para Seu Almeida, com um abraço!

11. Adulto de difícil convivência

Em Para o Seu Almeida, com um abraço!, conheça um homem arruaceiro e sem educação. Ele joga bituca de cigarro em qualquer lugar, fala coisas estúpidas para meninos em cadeiras de rodas e grita com a mulher.

Isso incomoda muito três melhores amigas. Então, elas põem em ação um plano para que o Seu Almeida deixe de ser impaciente e passe a sorrir. Quem sabe a dor na consciência traga uma mudança de comportamento?

Capa do livro A grande jogada.

12. Dificuldade para se manter na escola

O ideal é que a escola seja acolhedora, de modo que motive o aprendizado e o desenvolvimento humano. Para isso, é preciso que os educadores tenham um olhar atento e saibam como atrair os interesses dos alunos.

“Jogando me esqueço da fome (…) No campo, eu sou gente, com nome e amigos.” Por meio do texto poético de A grande jogada, conhecemos um menino com dificuldade de se manter na sala de aula, mas que ama o futebol.

As roupas do papai foram embora.

13. Separação dos pais

Dois irmãos discutem: “Só as roupas foram embora. O meu pai não.” Os diálogos e a visão infantil sobre certas atitudes dos adultos são retratadas com propriedade em As roupas do papai foram embora.

Ao longo dessa coletânea de contos, as crianças, os adultos, os animais e até os brinquedos ganham voz. É assim que o humor, a emoção e o clima de delicadeza se misturam a temas sensíveis e a cenas do cotidiano.

Bééé.

14. Inadequação por causa da cor

É possível divertir e tratar de temas sensíveis com as crianças usando apenas as imagens. Em Bééé, uma ovelha branca é marginalizada pelo seu grupo, formado por bichos da mesma espécie, porém, pardos.

Um dia, ela cai na lama e acaba ficando marrom, igual às colegas. Quando a chuva cai, a semelhança é desfeita. Por fim, a ovelha branca solta um berro libertador, aceitando sua identidade e fazendo-se respeitar pelo grupo.

Essa dor tem outro nome.

15. Dores emocionais

Em Essa dor tem outro nome, conheça a menina Laura, uma “maria das dores”. Ela sente dores todos os dias, em casa, na escola, cada vez em uma parte diferente do corpo. Com isso, os pais a levam ao médico.

O médico diz que ela está ótima, e que essas dores se chamam “manha”. Aos poucos, Laura descobre o que eram suas dores: medo, tristeza, raiva, não querer comer… Até que um dia a menina adoece de verdade.

Lina.

16. Medo da morte

Todos os seres vivos vão morrer um dia… Lina é narrado em primeira pessoa por uma menina que tem uma doença terminal e está internada. No leito do hospital, ela fala sobre suas sensações, sonhos e delírios.

Apesar da percepção sobre o seu próprio fim, seu tom é espirituoso e de fina ironia. O texto é belo, poético e contemporâneo, sem carregar nos dramalhões e sem esperar por um milagre que pode não acontecer.

Capa do livro Monstros da cidade grande.

17. Realidade assustadora

Para uma vida plena, é preciso ter coragem. No entanto, Monstros da cidade grande mostra como o medo pode ser importante para a nossa segurança. Em suas histórias, não estão monstros como os do cinema ou da televisão.

O livro fala de ameaças que tiram o sossego na vida real e que se disfarçam muito bem. Entre eles: o Velho do Saco, a Senhora Sorridente, o Traficante de Drogas, a Coisa Monstruosamente Monstruosa e o Bandido das Balas.

Capa do livro Vovô foi viajar.

18. Perda de uma pessoa amada

“Essa viagem que o Vovô fez foi de quê? (…) As pessoas sempre viajam de alguma coisa: barco, trem, avião, ônibus…” (…) “Acho que foi de trem. Embarcou e foi indo por um trilho comprido, a perder de vista…”

O fato de o avô não aparecer mais intriga a netinha. Nem a mãe, nem o pai, nem ninguém tem respostas para as perguntas da menina. Vovô foi viajar consegue tratar de temas sensíveis com delicadeza e inteligência.

Um casório na Lua.

19. Família que convive com o Alzheimer

Vó Cila se planta na Lua e lá resolve fazer seus docinhos, enquanto prepara o enxoval de noiva para se casar (outra vez) com Vô Nico. Com o tempo, a mãe e a cuidadora percebem que ela precisa construir uma nova união feliz.

Em Um casório na Lua, testemunhamos o cotidiano de uma família que convive com o Alzheimer através do ponto de vista infantil. O livro encontra as palavras certas para misturar aceitação e saudade com o universo mágico das crianças.

O encantador de pirilampos.

20. Abandono na infância

Às vezes, a fantasia está tão bem misturada com a realidade que fica difícil desembaralhar as cartas do baralho da vida. Em O encantador de pirilampos, três narradores contam a história da solidão de um menino.

Sem parentes, maltrapilho, meio fraquinho, ninguém sabia ao certo de onde ele vinha. Sua história tem uns pedaços tristes. O desfecho, no entanto, acena para outras descobertas, “porque a vida também gosta de brincar de final feliz”.

Além dos temas sensíveis

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