Inteligência artificial prejudicará o aluno? Reflita sobre 7 pontos

Nos últimos meses, popularizaram-se várias plataformas de inteligência artificial. Certamente, essas ferramentas de texto, imagem, som e edição revolucionarão a forma como trabalhamos e fazemos nossas pesquisas.

A mais famosa delas é, sem dúvidas, o ChatGPT, da OpenAI, que oferece algo bem mais completo do que os bots que já conhecíamos.

Ou seja, não é como os chats de atendimento on-line, que têm uma base limitada e são programados para responder a perguntas específicas.

Também não é como a caixa de pesquisas do Google, que costuma responder com uma lista de links para que você pesquise. Talvez, assistentes como a Alexa e a Siri se aproximem mais do que estamos nos referindo aqui.

Inteligência artificial para criar todo tipo de texto

Celular com ChatGPT. Imagem ilustrativa texto inteligência artificial.

O ChatGPT é um modelo de linguagem que entende praticamente qualquer pedido. Com base na demanda, ele junta informações dos bancos de dados colhidos na Internet, que são praticamente infinitos.

Esse processo envolve comparar padrões para entregar textos estruturados em qualquer tamanho, formato e linguagem. Isso vai desde uma poesia imitando o estilo de um artista específico até uma dissertação sobre um tema complexo.

Assim, a resposta obtida no chat é mais do que gramaticalmente correta. Ela também é original e dá a impressão de que foi escrita por uma pessoa de carne e osso.

Porém, há aqui um detalhe que faz toda a diferença: a inteligência artificial cria, em segundos, algo que uma pessoa só conseguiria depois de minutos ou até horas de pesquisa e produção. Tudo isso de graça!

7 desafios da escola com a inteligência artificial

Os avanços tecnológicos preocupam educadores há décadas. Os vilões da vez já foram a calculadora, o corretor ortográfico, a difusão da Internet, o Google… O temor era que eles limitassem o pensamento do estudante.

Como vimos, isso não aconteceu. Mesmo assim, o bom uso da inteligência artificial é um assunto que merece uma reflexão ampla antes da aplicação na escola. Abaixo, veja os pontos que precisam de uma discussão aprofundada.

1. Fugir de trabalhos medianos

Claro, as possibilidades de uso da tecnologia e a qualidade dos textos impressionam. Porém, ao mesmo tempo em que o resultado é bom, dificilmente sairá dali um trabalho que mereça destaque.

Meninas escrevendo cartazes coloridos no chão. Imagem ilustrativa texto inteligência artificial.

Assim, o educador pode reafirmar que a inteligência artificial aprimora o conhecimento humano, mas não o substitui. Ainda cabe ao ser humano pensar de forma original e criativa, atribuindo significado e sentimento às coisas.

2. Conter o plágio

No ChatGPT, um mesmo pedido pode gerar infinitas respostas, todas originais. Basta clicar em “gerar resposta novamente”. Mesmo que a base seja de informações e estilos que já estão na Internet, o plágio dificilmente é detectado.

Estamos falando de mais do que o famoso ctrl c + ctrl v. Trata-se de algo que pode levar à apropriação indevida do estudo, da técnica e da experiência alheia. Por isso, o professor deve exigir, pelo menos, que se coloque as fontes usadas como referência.

3. Usar a tecnologia de forma ética

O acesso do estudante à inteligência artificial fora da escola é praticamente certo. A questão, então, é: se já é difícil com o adulto, como conscientizar a criança e o adolescente sobre o uso ético? Será que proibir ou impor limites é a solução?

Bem, fazer de conta que o aluno a desconhece, certamente, não é o melhor a se fazer. Pensando nisso, a educação digital deve compor o Projeto Político-Pedagógico (PPP) e estar em planos de ensino para todas as idades.

4. Lidar com as limitações da inteligência artificial

A própria página inicial do ChatGPT já alerta sobre a possibilidade de respostas incorretas, tendenciosas e até prejudiciais. Por isso, o usuário deve saber como fazer as perguntas certas e que tipo de respostas pode esperar.

Soldado de costas, olhando  para bandeira da Ucrânia. Imagem ilustrativa texto inteligência artificial.

Uma orientação rasa ou mal formulada deve resultar em um texto insatisfatório. Fora isso, a plataforma se baseia em informações até 2021. Ou seja, ela não sabe o básico sobre os acontecimentos geopolíticos dos últimos anos.   

5. Combater o comodismo

Com a inteligência artificial, o aluno conseguirá entregar um trabalho inteiro, conforme a exigência do professor, sem precisar fazer uma pesquisa aprofundada. A verdade é que, quase sempre, tomar atalhos é prejudicial ao aprendizado.

Sabemos que a pesquisa estimula a curiosidade, o questionamento, a imaginação, a criatividade, o pensamento crítico e o raciocínio lógico. Além disso, encontrar respostas prontas, com pouco esforço, leva à preguiça.

6. Sempre questionar

Não são raros os casos em que a inteligência artificial interpreta de forma errada as informações colhidas na Internet. O problema é que as respostas já vêm tão bem articuladas que podem convencer facilmente.

Com isso, muitos usuários acabam aceitando o que leem, sem questionar. Mais uma vez, cabe ao professor falar com o estudante sobre a importância de desconfiar e sempre buscar confirmação das informações.

7. Mudar as formas de avaliação

Atualmente, a maior parte das avaliações são feitas sobre resultados e não sobre processos. Isso precisa ser repensado. Questões de múltipla escolha e avaliações on-line, então, devem perder cada vez mais espaço.

Como forma de evitar o plágio e o comodismo, as atividades devem se apoiar mais no conhecimento aplicado. Ou seja, nas apresentações orais e nos projetos que trabalhem a capacidade de argumentação da turma.

E você, como acha que a inteligência artificial vai impactar a educação?

Certamente, o assunto vai dar muito pano para manga e ainda vamos falar muito sobre ele por aqui e nas escolas.

YouTube @GrupoLe

Quer ver mais conteúdos relacionados a educação, literatura e universo infantil? Siga o Grupo Lê nas redes sociais. Ah sim, vale lembrar que este post que você está lendo foi escrito sem o auxílio de inteligência artificial!