As divisões que existem entre as pessoas buscam justificar a separação, além de mantê-las com medo umas das outras. A verdade é que esses limites são enganosos. É isso que Lelis nos conta em seu livro Fronteiras.
O título dessa obra também é palavra-chave para o atual conflito mundial. Veja a definição que o Dicionário Houaiss dá para o termo “Fronteira”:
1. Limite que demarca um país e o separa de outro(s).
2. Área contígua a esse limite.
3. Raia; termo, limite.
4. Região de separação entre um sistema físico e a sua região externa.
5. Totalidade dos pontos existentes nas linhas fronteiriças de um conjunto; contorno.
Ainda de acordo com o dicionário, “front” significa “linha de frente”. Normalmente, a palavra é usada no contexto de guerra. Já “eira” tem a mesma origem da palavra “área”. Ou seja, um espaço, superfície, terreno ou campo.
Por que precisamos de livros como Fronteiras?
A humanidade possui sucessivas histórias de invasões e brigas por poder. Os noticiários estão aí nos relembrando, com uma frequência cada vez maior, de que ainda temos muito no que evoluir nesse sentido.
Nos últimos dias, temos sido “bombardeados” com tantas notícias, que fica até difícil acompanhar o andamento delas, não é verdade? Repare que praticamente todas se referem a alguma forma de violência.
Em meio a isso, não podemos nos esquecer de que ainda está ocorrendo um conflito do outro lado do mundo – Puxa, mas justamente agora que, depois de dois anos de isolamento, nós estamos, aos poucos, voltando a nos aproximar?
Com leveza, a literatura é capaz de conversar com as crianças e levá-las a refletir sobre importância de diversos valores. Isso inclui a busca pela paz, algo que nem mesmo os adultos entendem totalmente.
Tadeu Sarmento, autor de O gato da árvore dos desejos e Sundiata – O filho de Sogolon nos relembra na quarta capa: “Pegue um graveto e risque um círculo ao redor de um galo que ele se sentirá preso e incapaz de atravessá-lo.”
Segundo suas impressões, Fronteiras “nos convida a romper essas linhas imaginárias em nome de um bem maior, o tesouro daquilo que nos é mais comum: a esperança em nossa própria humanidade”.
Conheça o autor
Mineiro de Montes Claros, Lelis foi uma criança que adorava ir para a roça montar cavalos. Nessa época, ele vivia desenhando caubóis e jogadores de futebol. Hoje em dia, ele é um dos maiores nomes da ilustração no Brasil.
Você pode conferir seu talento em livros feitos em parceria com escritores de sensibilidade semelhante: A cidade dos corações de corda, Aquilo que não se vê, O trompetista na tempestade e O gato e o Diabo.
Outras obras, ele escreveu e ilustrou, como Hortência das tranças e Reconexão. São livros que falam sobre assuntos urgentes, como o poder da leitura e o perigo dos aparelhos eletrônicos para a nossa sociedade.
Seus desenhos são sempre deslumbrantes. Contudo, ele optou por algo diferente em Fronteiras. Como já dá para perceber logo na capa, a abordagem da obra é minimalista, tanto no texto como nas imagens.
A fineza e a elegância do traço são extensões da personalidade de Lelis. No livro, o autor até se despede: “Então é isso. Inté.”
Por aqui, nos despedimos te fazendo um convite: Fronteiras será lançado na Bienal Mineira do Livro no domingo, 15/5. Lelis estará no stand da Lê das 11:00 às 13:00. Não perca esse encontro!