Tudo na vida tem o seu tempo. Chega um dia em que todas as pessoas, sejam crianças ou adultos, precisam enfrentar o luto e a saudade. Por isso, te convido a ter o coração abraçado pelo livro Como natureza.

Vida e morte fazem parte do mesmo ciclo, e a renovação ocorre quando uma fase acaba para dar início a outra. Mesmo que haja várias formas de abordar esses temas sensíveis, eles nem sempre são fáceis.

A ordem natural é que os filhos enterrem seus pais. Por ser menos comum, lidar com a morte precoce é uma das dores mais intensas que alguém pode ter na vida.

Com sabedoria e leveza, é possível mostrar os caminhos que existem. A riqueza da metáfora é capaz de acolher todo tipo de pensamentos e, portanto, também pode amenizar o sofrimento.

Conheça a história

Joaquim gosta da simplicidade da vida e admira a paisagem que o cerca, como se toda vez que a vê fosse a última. Ele tem o sonho de que, um dia, uma grande árvore vai brotar de seu umbigo, como se ele fosse semente.

O menino corre descalço entre as árvores, rodopia com o vento e foge de casa para ir sentir e beber da água limpa que vem do riozinho que cruza a cidade.

No entanto, uma notícia muda para sempre a vida de todos de sua família. Certa noite, Joaquim sente uma dor esquisita: “Será que a natureza quer nascer em mim?”

Assim que amanhece, a mãe o leva ao médico e descobre que ele tem uma doença grave. Como erva daninha, a doença está enraizada, se espalhou por todo o corpo e está em um estágio irreversível.

Os olhos da mãe chovem cada vez mais, à medida que o estado de saúde do filho se agrava. Ao entender a gravidade da situação, o pai se omite e vai embora para sempre.

O que ninguém se dá por conta é que Joaquim guarda dentro de si o segredo da vida. Ele tem uma lógica própria para as coisas que são incompreensíveis para os adultos e as outras crianças, e tenta contagiar a todos com sua alegria.

Quem são os autores de Como natureza?

O escritor Fábio Monteiro nasceu em Recife, cidade com muitas árvores e um mar que não acaba nunca. Ele tomou banho em rios e voou por muitas ideias até aprender a contar histórias por meio da literatura e do teatro.

Formou-se professor de História e mudou-se para São Paulo, cidade com muitas gentes, poucas árvores e um mar que se esconde atrás dos prédios.

Para compartilhar ideias simples, o autor gosta de fazer-se criança. Na literatura infantil, aprendeu a brincar com as palavras que vê e as que sente e guarda dentro de si.

Como natureza é uma prosa poética sensível, escrita na linha do realismo mágico. Para um texto tão delicado, as ilustrações precisam de igual sensibilidade.

Para isso, foram escolhidos o traço fino e as cores suaves de Elisabeth Teixeira. É ela quem dá vida às imagens poéticas de Joaquim, sua mãe e os outros personagens e paisagens que fazem parte do livro.

A artista passou a infância e a adolescência em Cabo Frio, formou-se em desenho industrial e hoje mora no Rio de Janeiro. Desde 1990, ela atua em vários campos da literatura infantil.

São centenas de livros escritos, ilustrados ou com projetos gráficos criados por ela. Além disso, orientou oficinas de imagem, participou de catálogos e mostras nacionais e internacionais e foi premiada por seu trabalho.

Leve Como natureza para a sala de aula, a biblioteca ou para casa!

A contação de histórias é uma forma de arte que traz ainda mais emoção aos textos literários. No vídeo abaixo, confira a leitura de Como natureza, feita pelo contador de histórias Pierre André.

Como natureza fez parte de seleções importantes. Uma delas é o Acervo Básico da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Outra é o Catálogo da Feira de Bolonha, a maior do mundo no segmento.

Das 10 Competências Gerais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o livro atende a, pelo menos, duas: Autoconhecimento e autocuidado; Empatia e cooperação.

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