A alfabetização e o letramento são conceitos parecidos e complementares. Por isso, a escola precisa trabalhá-los em conjunto. Ainda assim, um não deve ser confundido com o outro.
Afinal, uma pessoa alfabetizada não é, necessariamente, letrada. A alfabetização diz respeito à decodificação das partes constituintes da língua (letras, símbolos, sílabas grafias, fonemas etc.) para formar palavras e frases.
Ou seja, a criança alfabetizada é aquela que já desenvolve a consciência fonológica necessária para ter uma leitura fluente. Isso é fundamental para atingir o letramento.
Mais do que ser capaz de ler
A criança letrada é aquela que, diante de um texto, sabe compreendê-lo e interpretá-lo. Além disso, se apropria dos meios de comunicação e consegue interagir com eles, de forma autônoma.
Ela tem a habilidade de se informar por meio da leitura e se comunicar com clareza pela escrita. Desenvolvendo seu potencial, ela se torna capaz de responder adequadamente às demandas e participar ativamente da sociedade.
Em outras palavras, o indivíduo lê para que se torne competente o suficiente para escrever e produzir outros conteúdos culturais relevantes.
Antes disso, ele deve ter um contato gradual com o universo da leitura, da escrita e da oralidade, entendendo a linguagem como uma prática social.
A escola, por sua vez, precisa fazer mais do que apresentar as letras e as palavras às crianças, para que elas decorem. O ensino não pode se basear em modelos automáticos, repetitivos e, principalmente, descontextualizados.
Abaixo, confira os principais tipos de letramento que a escola deve buscar estimular no estudante de hoje em dia.
Letramento acadêmico
Conhecimentos e habilidades que o estudante adquire no processo de ensino e aprendizagem da educação formal.
A partir deles, é possível produzir novas formas de linguagem. Além do estudo e da escolarização, envolve socialização dentro do ambiente escolar.
Letramento científico
Com base na compreensão e na interpretação, o aluno adquire novos saberes, com uma perspectiva científica.
Isso possibilita que ele aplique esses conhecimentos na prática, atuando e transformando sua vida, tanto pessoalmente como socialmente.
Letramento digital
Conhecimentos, competências e atitudes relacionadas às mídias digitais que existem, para que seja possível utilizá-las adequadamente.
Envolve também a capacidade de analisar as informações recebidas, o que leva ao entendimento das relações humanas que ocorrem nesses meios.
Letramento linguístico
Capacidade de dominar a linguagem, em todas as suas dimensões. Com isso, utilizar os conhecimentos linguísticos na comunicação do cotidiano.
Então, além de ler e escrever, envolve interpretar e dar sentido ao mundo, bem como saber usar a linguagem para transformar a sociedade.
Letramento literário
Por meio da interação que ocorre entre o leitor e o livro, a literatura estimula a criatividade e a produção de significados e sentidos.
As histórias permitem que o indivíduo amplie sua consciência e conheça novas possibilidades e modos diferentes de ser.
Letramento matemático
Capacidade de identificar o papel da matemática no mundo. Isso envolve mais do que saber utilizá-la para operações e outras atividades práticas.
É também usar o raciocínio lógico, a argumentação, a comunicação, a solução de problemas, a representação e as linguagens simbólicas e técnicas.
Multiletramento
Permite a comunicação ampla, uma vez que os discursos podem aparecer em várias linguagens e mídias, com sentidos variados.
A verdade é que são vários os tipos de letramento, além dos citados aqui: visual, musical, cartográfico, crítico, de reexistência etc.
Dá para incentivar as crianças fora da escola?
O letramento é um conceito cultural. Pensando nisso, a leitura e a escrita podem ser estimuladas no âmbito familiar. Na verdade, o envolvimento dos pais e responsáveis pode iniciar antes mesmo do processo de alfabetização.
De acordo com Paulo Freire: “O domínio sobre os signos linguísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da leitura do mundo.”
Com bons exemplos, os pais encorajam os filhos a tomarem gosto pela literatura. Uma das formas mais comuns e eficientes de letramento são as leituras compartilhadas em casa, feitas em voz alta.
De forma divertida e participando sempre, a criança desenvolve a atenção e a compreensão da linguagem oral. Além do contato com os materiais escritos, é bom incentivar que ela rabisque, desenhe e escreva.
As pesquisas mostram que a quantidade de livros que uma família tem em casa é um forte indicador de desempenho escolar.
O hábito da leitura é uma forma de fazer com que os pais se engajarem mais na vida escolar dos filhos. Além de torná-los mais preparados para o ensino formal, isso estreita os laços de afeto entre as pessoas da família.
Para criar leitores e escritores cada vez mais competentes
Ao procurar os textos que mais a interessam, a criança se diverte e se emociona, entendendo melhor a pessoa que é e a que pode ser. Para que isso ocorra, é preciso facilitar o acesso à literatura de qualidade, você concorda?
Além disso, é fundamental oferecer variedade: quadrinhos, poesia, fábulas, temas familiares, amizade, aventura, mistério, realismo histórico etc.
Foi pensando nisso que o Grupo Lê criou o Cidade Leitora, um projeto em parceria com prefeituras do Brasil inteiro. A iniciativa ajuda a Secretaria de Educação a escolher os melhores livros para a rede de ensino do município.
Uma das formas de aderir ao projeto é com a aquisição de kits literários. Eles podem conter livros para que os estudantes levem para casa, ir para as bibliotecas das escolas, ou ainda, kits direcionados aos professores.
Você quer ajudar a desenvolver o letramento entre os jovens e crianças da sua cidade? Então, entre em contato por um dos canais acima. Juntos, vamos apresentar o Cidade Leitora para a sua Secretaria de Educação!
Gostaria de ter a acesso a materiais para ofertando de adultos.